Liderança feminina: por que é importante incentivá-la?

Ainda há muito espaço a ser conquistado pelas mulheres e você pode colaborar para isso

Publicado por Juliana Brito

20 de junho de 2022

Hoje, apesar do público feminino ser maioria com ensino superior, grande parte dos cargos de alta liderança ficam com os homens. E mesmo que já tenhamos avançado bastante, ainda tem muito a ser discutido sobre o assunto.

Para que esse cenário mude, precisamos sair do espaço de fala e partir para a ação, entendendo as demandas atuais e promovendo mudanças efetivas. Neste artigo, vamos conferir um pouco mais sobre o assunto. Fique até o final e confira.

 

Os obstáculos da liderança feminina

Se voltarmos um pouco na história, a liberdade feminina é recente. Há algumas décadas, as mulheres eram impedidas de votar, de se expressar e não tinham voz se não houvesse um homem para confirmar seus argumentos.

Após anos de luta, as mulheres conquistaram o direito a fazer suas próprias escolhas, estudar, trabalhar e investir na carreira profissional. Mas, mesmo que a realidade esteja mudando, ainda carregamos algumas crenças ultrapassadas, como a de que mulheres não são capazes de exercer certas funções com a mesma excelência de um homem.

Um levantamento da Ipsos, empresa especialista em pesquisa de mercado e opinião pública, mostrou que 27% dos brasileiros entrevistados declararam se sentir desconfortáveis quando são liderados por uma mulher.

Isso mostra que, apesar de 38% dos cargos de liderança estarem ocupados por mulheres no Brasil, isso não é o suficiente: é preciso conquistar a confiança dos liderados. Por isso, por mais que o assunto pareça obsoleto, ainda precisamos falar sobre o tema.

 

Os benefícios da liderança feminina

Em um mundo ideal, não se debateria sobre liderança feminina e masculina e, sim, sobre liderança, sem distinguir gênero. Porém, é imprescindível reforçar a importância das empresas serem cada vez mais inclusivas e, de fato, promoverem ações internas a favor da igualdade entre homens e mulheres.

Enquanto a realidade não é essa, precisamos entender porque é importante batalhar por esse avanço. Como citado anteriormente, segundo estudo do IBGE, mulheres com 25 anos ou mais no Brasil têm taxa de 19,4% de ensino superior, contra 15,1% dos homens.

Isso demonstra que as mulheres vêm buscando mais conhecimento e profissionalização para que possam atuar em profissões mais estratégicas e, consequentemente, assumindo cargos de chefia.

Empresas que apostam na diversidade também são mais lucrativas. Mas, não se trata apenas de dinheiro. Quando uma empresa é mais diversa, vários pontos de vista podem ser reunidos, proporcionando um ambiente mais criativo e com melhores resultados.

Além disso, quando mulheres atuam em cargos de liderança, as ações podem se tornar mais dinâmicas e ágeis, pois, geralmente, elas dão mais atenção às habilidades comportamentais da equipe, tornando o ambiente mais empático e contribuindo para a saúde mental dos colaboradores.

A valorização do capital humano e de uma cultura organizacional alinhada com a diversidade traz benefícios para todos os envolvidos: tanto para quem trabalha como para a empresa em si.

 

Muito além das hard skills

Foi-se o tempo em que as hard skills (habilidades que podem ser aprendidas) eram prioridade. Atualmente, é muito mais fácil ter acesso a cursos, novos aprendizados ou criar um modelo de negócio. Por isso, quem tem as chamadas soft skills (habilidades sociais, mentais e emocionais) têm se destacado no mercado de trabalho.

E é exatamente nesse quesito que as mulheres se destacam. O senso de empatia, a proximidade com seus liderados e a flexibilidade podem estar naturalmente mais presentes no público feminino, contribuindo para uma gestão mais humanizada.

Quando há mais identificação com o líder, os colaboradores se sentem à vontade para contribuírem com ideias criativas que favoreçam o dia a dia da empresa. Claro que não podemos generalizar. Afinal, nem todas as mulheres possuem essas características. Mas, é preciso entender a importância de dar espaço para que elas mostrem seu potencial.

 

Jornada dupla x desigualdade salarial

Um dos principais impeditivos para que mulheres alcancem cargos mais altos é a falta de flexibilidade de algumas organizações, já que muitas possuem jornada dupla. Segundo dados do IBGE, em 2019, 54,5% das brasileiras com mais de 15 anos estavam ocupadas, contra 73,7% dos brasileiros.

Um dos motivos está dentro de casa. As mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos mais de 21 horas semanais contra 11 horas dos homens. A presença de crianças pequenas também cria uma disparidade no acesso ao trabalho: enquanto 54,6% das mulheres com filhos menores de 3 anos tinham uma ocupação, essa participação sobe para 67,2% entre aquelas sem crianças nessa faixa etária.

Além disso, a pesquisa também mostra que enquanto o salário mensal médio dos homens chegou a R$ 3.188,03, o das mulheres somou R$ 2.713,92, o que representa uma diferença de 17,5%. As mulheres receberam, em média, 85,1% do salário médio mensal dos homens.

 

Como uma empresa se torna mais inclusiva?

Até aqui, já entendemos quão importante é incentivar a diversidade dentro da empresa, mas você pode estar se perguntando: por onde eu começo? Por isso, separamos algumas dicas para você.

1. Equidade
Fala-se muito sobre a importância da equidade no ambiente corporativo, para que os negócios obtenham sucesso e o clima na empresa seja próspero e produtivo. Para isso, o entendimento mais humanizado sobre os funcionários é o primeiro passo para que possamos alcançar um mundo mais inclusivo.

2. Abra espaço!
As pessoas só se capacitam e almejam algo novo quando sabem que existe a possibilidade de se tornar realidade. Por isso, deixe claro que a chance para que ocupem esses cargos existe e forneça meios para que isso possa ser realizado.

3. Promova debates sobre inclusão
Se estiver dentro da sua realidade, apoie debates na empresa sobre a inclusão feminina. Dessa forma, você ajuda a desmistificar a crença de que mulheres não são capazes de assumir certas posições e ainda começa a criar um ambiente mais igualitário para todos.

4. Acredite nas mulheres!
Acima de tudo, é necessário acreditar na capacidade feminina. De nada adianta desenvolver ambientes mais igualitários se ainda não há a confiança de fato.

E agora, conseguiu entender um pouco melhor como é importante incentivar a liderança feminina?

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