As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo. E no Brasil não é diferente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, todos os anos mais de 400 mil pessoas perdem a vida por problemas relacionados ao coração e ao sistema circulatório.
Apesar dos números, a Organização Mundial da Saúde aponta que até 80% desses casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.
O Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, é parte da campanha global Setembro Vermelho, criada em 2000 pela Federação Mundial do Coração em parceria com a ONU. O objetivo é ampliar o acesso à informação, reforçar a importância da prevenção e incentivar pessoas de todas as idades a adotarem hábitos mais saudáveis.
Neste artigo, você vai entender o que significa ter boa saúde cardiovascular, quais sinais merecem atenção, os principais fatores de risco e, sobretudo, como cuidar do coração no dia a dia.
O que é saúde cardiovascular e por que ela importa?
A expressão saúde cardiovascular se refere ao bom funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos, responsáveis por levar oxigênio e nutrientes a todo o corpo.
Quando o coração está saudável:
- o sangue circula de forma eficiente;
- a pressão arterial se mantém estável;
- os níveis de colesterol e glicose ficam equilibrados.
Quando há alterações nesse sistema, aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto, AVC, insuficiência cardíaca e hipertensão.
Por que importa? Porque o coração é o motor do corpo. Se ele falha, todas as funções vitais ficam comprometidas.

Principais sinais de alerta do coração
Antes de qualquer coisa, é fundamental reconhecer os sintomas que indicam risco à saúde cardiovascular. Fique atento a:
- dor ou pressão no peito (angina);
- falta de ar em repouso ou esforço leve;
- palpitações (batimentos acelerados ou irregulares);
- inchaço nos tornozelos, nos pés ou no abdômen;
- fadiga excessiva e indisposição;
- desmaios ou tontura frequente.
Importante: dor no peito irradiada para braço, costas, mandíbula ou pescoço, acompanhada de suor frio e náuseas, pode ser sinal de infarto. Procure atendimento imediato.
Fatores de risco para doenças cardíacas
As doenças cardiovasculares têm origem em múltiplos fatores. Alguns podem ser modificados com mudanças de hábitos, outros não.
Alteráveis (controláveis)
Sedentarismo: realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana diminui o risco de hipertensão e obesidade.
Alimentação inadequada: dietas ricas em sal, açúcar, frituras e ultraprocessados favorecem colesterol alto, diabetes e pressão elevada.
Tabagismo: fumar aumenta em até 70% o risco de infarto e acelera o envelhecimento das artérias.
Consumo excessivo de álcool: pode elevar a pressão arterial, causar arritmias e comprometer o fígado.
Obesidade: o excesso de gordura corporal sobrecarrega o coração e está associado à resistência à insulina.
Diabetes mal controlada: níveis elevados de glicose danificam vasos sanguíneos e aumentam o risco de aterosclerose.
Hipertensão arterial: pressão constantemente acima de 13/8 mmHg dobra o risco de AVC e infarto.
Não alteráveis
Idade: o risco cresce a partir dos 50 anos, especialmente após a menopausa nas mulheres.
Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau com doença cardíaca precoce (antes dos 55 anos em homens ou 65 em mulheres) aumenta a predisposição.
Genética: mutações hereditárias podem influenciar níveis de colesterol, pressão e funcionamento do coração.

Ser mulher: novo fator de risco?
Embora o infarto ainda seja associado principalmente aos homens, os números atualizados em posicionamento sobre a saúde do coração feminino – lançado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia – mostram uma realidade preocupante para as mulheres, especialmente as mais jovens. Nas últimas décadas, a mortalidade por doenças cardiovasculares aumentou entre brasileiras de 15 a 49 anos, contrariando a tendência de queda observada em outros grupos.
Esse cenário pode estar relacionado a uma combinação de fatores: sintomas menos típicos que dificultam o diagnóstico rápido, influência do estresse e de condições de saúde mental, além de aspectos sociais e biológicos que elevam o risco.
Para completar, muitas mulheres recebem tratamento tardio ou insuficiente, o que aumenta as complicações e reduz as chances de recuperação plena. Esse dado reforça a necessidade de ampliar a atenção à saúde do coração feminino e incentivar consultas preventivas em todas as faixas etárias.
Como fortalecer o coração com hábitos saudáveis
Manter o coração saudável exige uma mistura de escolhas diárias. O segredo está em somar boa alimentação, exercícios, sono adequado e controle de fatores de risco.
Alimentação equilibrada
Entre os alimentos para saúde do coração, destacam-se:
- frutas (vermelhas, cítricas, abacate);
- verduras e legumes ricos em fibras;
- grãos integrais (aveia, quinoa, arroz integral);
- peixes ricos em ômega-3;
- azeite de oliva extravirgem;
- oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas).
Um mito comum dentro do tema saúde do coração é sobre existir uma fruta que “limpa artérias”. Na realidade, nenhum alimento tem o poder de desobstruir vasos sanguíneos já comprometidos. Mas frutas antioxidantes, como uvas, maçã e laranja, ajudam a reduzir o colesterol ruim e proteger as artérias.
Exercícios e atividade física
- Praticar ao menos 30 minutos de caminhada por dia melhora a circulação e fortalece o músculo cardíaco.
- Atividades aeróbicas, como corrida, natação ou ciclismo, reduzem pressão arterial e colesterol.
- Treinos de força ajudam no controle de peso e metabolismo.
> Leia também sobre como os exercícios físicos contribuem para a saúde mental.
Controle de peso, pressão, colesterol e glicose
- Pressão arterial ideal: 12/8 mmHg.
- Colesterol LDL: abaixo de 100 mg/dL.
- Glicemia em jejum: até 99 mg/dL.
Redução do estresse e sono de qualidade
O estresse crônico aumenta a inflamação do organismo. Aposte em hobbies, técnicas de relaxamento, lazer e noites de sono de 7 a 9 horas.
Doenças cardiovasculares mais comuns
As 5 doenças cardiovasculares mais frequentes são:
- infarto agudo do miocárdio (IAM): bloqueio das artérias do coração;
- acidente vascular cerebral (AVC): interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro;
- hipertensão arterial: pressão alta crônica;
- insuficiência cardíaca: coração não consegue bombear sangue de forma eficaz;
- doença arterial coronariana: placas de gordura nas artérias coronárias.
Como acompanhar a saúde do coração
O acompanhamento preventivo é fundamental. Mesmo pessoas sem sintomas, histórico familiar ou fatores de risco devem buscar um médico a partir dos 40 anos para avaliação inicial.
Exames recomendados (sob orientação médica)
- Pressão arterial: verificada em todas as consultas.
- Colesterol total e frações: a cada 1 a 3 anos, dependendo do risco.
- Glicemia de jejum: a cada 1 a 3 anos.
- Eletrocardiograma (ECG): indicado pelo médico para avaliar ritmo cardíaco.
- Ecocardiograma: quando há sintomas ou histórico familiar.
Com fatores de risco (hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo), o check-up deve ser anual ou até semestral.
Sem fatores de risco, a recomendação é de avaliação a cada 2 a 3 anos, sempre sob indicação médica.
Vida após o infarto
Após o infarto, o primeiro passo é restaurar rapidamente o fluxo sanguíneo para evitar danos maiores ao coração. Isso geralmente é feito por meio do cateterismo, no qual um stent é inserido na artéria para desobstruí-la e permitir a circulação. Em alguns casos, podem ser utilizados medicamentos anticoagulantes, mas o stent é considerado o tratamento mais eficaz e imediato.
Após a alta hospitalar, o paciente costuma iniciar um tratamento contínuo com medicações, como a aspirina (para evitar novos coágulos) e as estatinas (para controlar o colesterol), além de outros fármacos conforme condições associadas, como hipertensão ou diabetes.
A recuperação exige mudanças permanentes no estilo de vida. O coração que passou por um infarto dificilmente volta ao funcionamento pleno, e, dependendo da gravidade, pode evoluir para insuficiência cardíaca, condição em que o órgão perde parte da sua capacidade de bombear sangue.
Por isso, o paciente precisa manter acompanhamento médico regular, aderir às medicações prescritas e adotar hábitos saudáveis que já citamos por aqui. O tratamento é para a vida toda e tem como objetivo não apenas evitar novos eventos, mas também garantir qualidade de vida e maior longevidade.
Perguntas frequentes sobre saúde do coração
O que fazer para melhorar a saúde do coração?
Praticar exercícios, ter alimentação saudável, controlar peso, pressão e glicose, além de manter sono adequado.
Qual é o melhor alimento para o coração?
Peixes ricos em ômega-3, frutas vermelhas e nozes são grandes aliados.
O que é saúde cardiovascular?
É o equilíbrio do coração e dos vasos sanguíneos, garantindo circulação adequada e prevenção de doenças.
Quais os sinais de que o coração não está bem?
Dor no peito, palpitações, falta de ar, fadiga constante e inchaços.
Qual fruta ajuda a limpar as artérias?
Não existe fruta que “limpe” artérias, mas uvas, maçã e laranja reduzem o risco de entupimentos.
Como cuidar do coração para não ter infarto?
Adote hábitos saudáveis, faça check-ups regulares e nunca ignore sintomas suspeitos.
Conclusão
A saúde do coração depende de escolhas diárias. Alimentação equilibrada, prática de exercícios, controle do estresse e acompanhamento médico regular são passos simples, mas capazes de salvar vidas.
Aproveite o Setembro Vermelho para refletir sobre sua rotina e colocar a saúde cardiovascular como prioridade.
Na Omint, reforçamos nosso compromisso em oferecer uma rede credenciada de excelência, com especialistas preparados para cuidar do coração em todas as fases da vida.