Saúde feminina e os cuidados da saúde da mulher moderna

Da infância até a terceira idade, cada fase da vida exige um cuidado diferente. Confira os principais.

Publicado por Juliana Brito

7 de fevereiro de 2022

Sabemos que ser mulher na sociedade sempre foi uma tarefa recheada de fatores internos e externos que influenciam diretamente em suas vidas. Com o passar dos anos e após muitas conquistas, seu papel foi deixar de ser apenas cuidar da família e da casa, e hoje temos uma realidade um pouco mais igualitária. Dentro deste cenário, é ainda mais importante falarmos sobre a saúde feminina, e quais os cuidados devem ser tomados em todas as esferas desse gênero e em todas as fases da vida da mulher.

Neste artigo, você vai conferir:

 

A mulher brasileira

No Brasil, as mulheres representam 51,8% da população, segundo dados de 2019 da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), ou seja, elas são maioria no país. Devido a sua rotina e todas as tarefas que lhe são atribuídas ao decorrer da vida, nada mais justo que exista uma maior atenção para a saúde feminina dentro dessa realidade.

Ainda no Brasil, o número de mulheres responsáveis financeiramente por seus lares pode chegar a 34,4 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma situação bem diferente do que encontrávamos anos atrás. E isso também contribui para uma sobrecarga, afetando diretamente a saúde da mulher, principalmente na fase adulta.

Por isso, é necessária uma atenção extra para o bem-estar delas e para que tenham uma vida mais saudável.

 

As fases da vida da mulher e seus cuidados necessários

Infância e puberdade

Durante a vida, a mulher passa por diversas fases do seu corpo, quais estão ligadas ao seu sistema reprodutivo, e em cada uma delas é necessário uma atenção diferente.

Logo no final da infância e início da adolescência, o corpo feminino passa pela puberdade. “Durante a infância, nos anos que antecedem a primeira menstruação, também chamada de Menarca, e nos subsequentes até início da atividade sexual, poucos motivos levam a menina ao ginecologista, pois em geral têm seu acompanhamento de saúde sob a responsabilidade do pediatra.”, ressalta a Dra. Débora Alchorn, ginecologista credenciada Omint.

Durante essa fase, o corpo passa por diversas mudanças, porque hormônios como progesterona, estrógeno, FSH e LH começam a circular pelo corpo. Podemos observar um crescimento acelerado, aparecimento das mamas, crescimento de pelos pelo corpo e regulação do ciclo menstrual, que também tem início nessa fase.

Neste período, é necessário ficar atento aos sinais que podem aparecer de que algo está errado, como ausência da menstruação, aumento de peso e aparecimento de espinhas, pois podem indicar uma Síndrome do Ovário Policístico (SOP), ou outros problemas relacionados aos hormônios. A Dra. alerta que o acompanhamento com um médico ginecologista é essencial.

Fase adulta

Após o final da puberdade, entramos no início da fase adulta. Após o início da vida sexual e as modificações do corpo já estarem completas, é importante o acompanhamento médico anual para a verificação de que tudo está funcionando normalmente.

Durante esse período, é necessário ficar mais atento às DST’s (doenças sexualmente transmissíveis), gravidez e outras condições que podem surgir nesse período e podem afetar a saúde da mulher.

A orientação para métodos preventivos como uso de anticoncepcionais, inserção de DIU, entre outros métodos, também são essenciais para caso a mulher não queira engravidar.

Entre os exames necessários deste período, podemos destacar:

– Coleta de Colpocitologia Oncótica (Mais conhecido como exame de Papanicolau)

– Sorologias para HIV, Sífilis, Hepatites B e C. (Para detectar DST’s)

– Ultrassonografia pélvica transvaginal e de mamas (Para descartar qualquer possibilidade de nódulos ou problemas no útero)

– Mamografia é indicada, como rotina, somente a partir dos 50 anos – Mas caso seja detectado qualquer sinal incomum antes dessa idade, o exame também é recomendado.

A Dra. ainda alerta sobre os riscos do HPV: “A infecção por HPV (vírus do papiloma humano, também sexualmente transmissível) é de alto risco oncogênico (com potencial para causar câncer), pode desenvolver lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca”.

Por isso o acompanhamento médico anual continua indispensável durante essa fase.

É importante lembrar também, que a fase adulta é o período fértil da mulher, no qual ela está apta a engravidar, se assim desejar. Caso assim escolha, recomenda-se que um profissional seja consultado antes, durante e após a gestação, para que todos os cuidados com a mãe e bebê possam ser tomados.

Menopausa e encerramento da vida fértil

A menopausa é a fase de transição para o encerramento da vida fértil da mulher. Após os 40 anos aproximadamente (varia de mulher para mulher), os ovários começam a diminuir suas funções até que parem completamente, por conta de uma quebra da produção de hormônios.

Nesse período, a menstruação passa a ser mais irregular, já dando sinais do início desta fase. Outros sintomas que podem aparecer são: ondas de calor, ressecamento da pele – inclusive da região vaginal, insônia, oscilações de humor e cabelos e unhas quebradiças.

A menopausa acontece, principalmente, por conta da idade, mas fatores como histerectomia (remoção completa do útero), exposição à tratamentos contra o câncer como quimioterapia e radioterapia, podem fazer com que esse processo também se inicie antes do previsto.

A saúde da mulher na terceira idade

Além dos cuidados necessários que já sabemos necessários para esta fase, vale ressaltar a importância da continuação da realização de exames de rotina, principalmente para que haja um rastreamento maior para o câncer.

Por isso, o exame do Papanicolau e as mamografias devem continuar sendo realizadas para que seja possível detectar qualquer possível irregularidade ainda no início.

Devido à menopausa e a queda na produção de hormônios, outra condição que pode surgir nessa fase é a atrofia vaginal, tornando mais propício infecções urinárias, por exemplo.

O tratamento com reposição de hormônios pode ser feito para ajudar a melhorar essa condição.

 

O sistema reprodutor e os métodos contraceptivos

Conforme citamos acima sobre as fases da vida mulher e o fator social de como a vida feminina tem mudado nos últimos anos, é de extrema importância que possamos discutir os métodos contraceptivos que, hoje, permitem a escolha da mulher engravidar ou não. Entre eles, podemos citar alguns mais utilizados, como:

 

Pílula anticoncepcional: É o método mais utilizado entre as mulheres. Ele atua com hormônios e impede que a ovulação ocorra, facilitando assim que a mulher não engravide. Ela ainda pode ajudar a reduzir o fluxo menstrual, melhorar a acne (se for o caso) e ainda tratar distúrbios como a SOP (Síndrome do Ovário Policístico). É importante lembrar que para esse método, é necessária a responsabilidade e comprometimento em tomar todos os dias o comprimido no mesmo horário, para que ele funcione corretamente.

 

Implante anticoncepcional: Este método consiste em um pequeno tubo de plástico, que é introduzido na parte de dentro do braço, por um ginecologista, que libera os hormônios necessários também para impedir a ovulação. O procedimento só pode ser feito por um profissional e sua durabilidade pode durar até 3 anos.

 

Dispositivo Intrauterino (DIU): O DIU, popularmente conhecido dessa forma, é um método que trabalha com inserção de um dispositivo em forma de T, podendo ser hormonal (Mirena) ou de cobre, no útero da mulher. Ele também é muito eficaz e faz todo o trabalho sozinho após a sua colocação.

O procedimento é feito em consultório ou centro cirúrgico, ficando pela responsabilidade do médico essa orientação. Esse processo é coberto pela maioria dos planos e também está disponível pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

 

Camisinha feminina: Apesar de impopular, a camisinha feminina existe. Essa, assim como a masculina, além de prevenir a gravidez, também previne DST’s, uma vez que evita o contato íntimo direto.

 

Anel vaginal: É um anel de borracha, introduzido como um absorvente íntimo ou coletor menstrual, que fica acoplado no colo do útero, impedindo a entrada de espermatozoides. Ele pode ser utilizado por 3 semanas e deve ser feita uma pausa de 7 dias para que a menstruação ocorra. Este método é descartável e não protege contra DST ‘s.

 

Anticoncepcional injetável: É uma aplicação feita no músculo do braço ou da perna, feita mensalmente ou de 3 em 3 meses, a depender do tipo. Esta é uma ótima opção para quem não pode tomar comprimidos ou não pode utilizar outros métodos.

É importante ressaltar que, dentro dos citados, apenas a camisinha feminina protege contra a gravidez e DST’s, os outros protegem somente contra a concepção.

Para saber qual o melhor indicado para cada caso, o ideal é visitar um ginecologista para que ele possa orientar qual a melhor opção, condizente com a sua realidade.

 

Sobre as recomendações gerais

No geral, é importante que a mulher tome alguns cuidados, para que tenha uma vida mais saudável e longínqua. Separamos aqui algumas dicas para que você possa colocar em prática:

Tenha uma alimentação mais saudável e pratique atividades físicas – A boa alimentação e a prática regular de exercícios é indispensável para qualquer fase da vida. Bons hábitos podem auxiliar em um corpo mais saudável, feliz e disposto para que você possa realizar todas as outras tarefas do seu dia dia e se sinta mais disposta.

Não deixe de fazer check-ups anuais – Como já citamos acima, os exames anuais são necessários para que você possa verificar se está tudo bem com seu corpo. Não só relacionado ao sistema reprodutor, mas exames mais gerais também são necessários para que você mantenha sua saúde em dia.

Dê mais atenção à sua saúde mental – Assim como qualquer outro problema, nossos questionamentos do dia a dia muitas vezes podem se tornar grandes dores de cabeça. Para isso, mantenha a sua saúde mental em dia, busque ajuda se for necessário, cuidar da sua saúde mental também é cuidar de você.

Como podemos ver, existem muitos pontos de atenção que devem ser levados em consideração em cada fase da vida da mulher. Desde a infância até a terceira idade, existem os cuidados necessários que devem ser tomados para que você tenha uma vida mais saudável e leve. Na Omint, contamos profissionais necessários para que você mantenha a saúde em dia em qualquer fase da vida. Independente da sua idade, procure um profissional para averiguar se você necessita de algo no momento, porque cuidar de si mesma também é um ato de cuidado.

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