Principais doenças respiratórias no inverno: o que você precisa saber sobre elas

Saiba como diferenciar e se prevenir dessas doenças nessa época do ano

Publicado por Juliana Brito

22 de junho de 2022

A chegada das estações mais frias do ano, principalmente o inverno, causa o aumento no número de casos de infecções e inflamações do sistema respiratório e até mesmo de obstrução das vias aéreas. Isso acontece sobretudo porque a baixa umidade do ar, somada às alterações bruscas de temperatura, leva à alta concentração de poluentes na atmosfera, reduzindo o mecanismo de defesa do organismo.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as doenças respiratórias e alergias atingem, respectivamente, cerca de 25% e 30% da população mundial. Neste artigo, vamos explorar o que são essas doenças, quais as mais comuns, suas causas, sintomas e como evitá-las. Confira!

 

Doenças respiratórias: o que são?

As patologias respiratórias, como o próprio nome indica, afetam o aparelho respiratório. Isso inclui vias nasais, laringe, faringe, traqueia, brônquios, diafragma, alvéolos e pulmão. São causadas por fatores genéticos ou externos, conforme iremos mostrar ao longo do texto.

O quadro da doença pode ser agudo ou crônico, dependendo do tempo de duração e de tratamento.

Agudo: surge rapidamente e dura menos de três meses. O período de tratamento também é curto.

Crônico: tem início gradual e se prolonga por mais de três meses, podendo acompanhar o paciente pelo resto da vida. Necessita de tratamento por longos períodos.

É importante se atentar aos sintomas e receber os cuidados médicos corretos para evitar que esse quadro se agrave.

 

Quais as doenças respiratórias mais comuns no Brasil?

Muitas vezes esses distúrbios apresentam sintomas semelhantes, o que acaba gerando confusão. Por isso, elencamos aqui os principais.


Doenças respiratórias crônicas

Asma: afeta os pequenos canais de ar dos pulmões, chamados bronquíolos. Quando inflamados, eles geram inchaço na região e dificultam a passagem de ar. Os principais sintomas das crises asmáticas são chiados no peito, dificuldade para respirar, fadiga, falta de ar e tosse sem catarro.

Pode ser causada por fatores hereditários ou ambientais. Para que a doença se manifeste no indivíduo, é necessário que haja pré-disposição genética e exposição a fatores como poluição e fumaça de cigarro.

 

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Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC): conjunto de doenças pulmonares como enfisema (inflamação que enfraquece os sacos alveolares) e bronquite crônica (inflamação dos brônquios) que bloqueia a passagem de ar para os pulmões. É uma das condições pulmonares mais sérias, por isso merece bastante atenção. Seus principais sintomas são tosse com catarro persistente há mais de três meses e falta de ar. As DPOC estão relacionadas ao tabagismo e à exposição prolongada a produtos químicos.

Rinite crônica: afeta a mucosa do nariz e pode ser alérgica ou não. A inflamação é desencadeada ou agravada diante do contato com alérgenos, como ácaros, partículas de poeira doméstica, fungos, pelos de animais e pólen. Perfume, fumaça de cigarro, clima seco e estresse emocional são outros fatores que podem desencadear a rinite. Coceira no nariz, coriza, espirros, nariz entupido e tosse seca estão entre os principais sintomas.

Sinusite crônica: é a inflamação dos seios da face, cavidades ósseas localizadas na região ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos, provocando inchaço e impedindo a drenagem do muco. Causada por processos infecciosos ou alérgicos, pode levar à obstrução das vias respiratórias por secreções esverdeadas ou amareladas, o que dificulta a respiração. Os sintomas da sinusite crônica persistem por mais de três meses e envolvem dores na cabeça e na face, nariz entupido, dor de garganta, tosse e secreção nasal.

Tuberculose: causada pela bactéria bacilo de Koch, é altamente contagiosa e afeta o pulmão. Dependendo da gravidade, pode chegar aos rins, aos ossos e até mesmo ao coração. Os principais sintomas da doença são tosse há mais de três semanas, tosse com sangue, febre, suor noturno, dor para respirar, falta de ar e perda de peso. Há casos em que a pessoa está infectada, mas não apresenta sintomas.


Doenças respiratórias agudas

Bronquite aguda: assim como a bronquite crônica, acontece com a inflamação dos brônquios. Causada por vírus, tem menor duração e seus sintomas se confundem com os de gripe e resfriado, como coriza, febre e tosse.

Covid-19: causada pelo vírus SARS-CoV-2, pode levar à manifestação de sintomas até 14 dias após a infecção. Após as vacinas, os sintomas de Covid se apresentam como cansaço, coriza, diarreia, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, dor abdominal, espirros, falta de ar e febre. Pode haver perda de paladar e olfato.

 

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Gripe: bastante conhecida, é uma doença causada pelo vírus influenza e tem início rápido. Coriza, dor de cabeça, dor de garganta, dores nas articulações e músculos, febre e mal-estar geral são os sintomas mais comuns e tendem a desaparecer entre 7 e 10 dias.

Faringite: é uma inflamação da faringe, região do fundo da garganta responsável por conectar o nariz e a boca à laringe e ao esôfago, e pode ser causada por bactéria ou vírus. Seus principais sintomas são: febre, dificuldade para engolir e dor de garganta.

Laringite: inflamação da laringe, órgão que conecta a faringe à traqueia. Pode ser provocada por uma infecção viral das vias aéreas superiores, excesso de esforço vocal ou inalação de alérgenos. Causa rouquidão na voz e pode levar a tosse e dor de garganta.

Pneumonia: infecção que atinge os alvéolos pulmonares e pode afetar um ou os dois pulmões. É causada por vírus, bactérias, fungos ou reações alérgicas. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas pode-se observar febre alta, calafrios, dor torácica, falta de ar, tosse com catarro e mal-estar.

Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA): é resultado do acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, o que compromete a oxigenação sanguínea. Acomete principalmente pacientes com doenças pulmonares muito avançadas e hospitalizados. Pode surgir também em vítimas de acidentes graves como afogamento ou em pessoas que tenham sofrido ferimentos na região do tórax ou inalação de gases tóxicos. Causa falta de ar intensa e pode impossibilitar a respiração sem a ajuda de equipamentos hospitalares.

Vale lembrar que doenças respiratórias agudas podem evoluir para quadros crônicos se não receberem o tratamento adequado.

 

Por que há maior incidência dessas patologias no inverno?

Durante o outono e o inverno, ocorre a inversão térmica, ou seja, uma camada de ar frio mais pesada desce à superfície, aumentando a retenção de poluentes. O ar frio também é um fator irritante para as vias aéreas, o que leva a sintomas alérgicos como coriza e falta de ar. Esse cenário, junto às oscilações bruscas de temperatura, favorece a maior circulação de vírus e bactérias, influenciando a proliferação de doenças respiratórias agudas e crônicas.

 

Como prevenir essas doenças?

Ao longo do texto vimos que determinados fatores podem contribuir para o desencadeamento de problemas no sistema respiratório. Mesmo os quadros crônicos permitem que o paciente leve uma vida normal, desde que se tome os devidos cuidados. Algumas atitudes simples, elencadas abaixo, podem ajudar você a se proteger e se prevenir.


Lave bem as mãos:
a higienização correta e constante das mãos é essencial para eliminar contaminantes e agentes alérgicos que poderiam entrar em contato com boca, olhos e nariz, facilitando a transmissão de doenças.

Hidrate-se: a ingestão de bastante água ajuda a manter a hidratação do organismo e é uma forma de prevenção contra gripes, resfriados e alergias.

Evite inspirar pela boca: o nariz funciona como um grande filtro de impurezas e é responsável por aquecer o oxigênio, assim evita a ação de substâncias nocivas à saúde.

Alimente-se bem: a queda na imunidade facilita o contágio por doenças respiratórias. Para aumentar a imunidade, uma boa alimentação é sua melhor aliada. Invista em frutas, vegetais, sementes e frutos secos. Alho e gengibre também são interessantes de serem incorporados na dieta.

Mantenha os ambientes arejados: janelas abertas ajudam na circulação e na renovação do ar, reduzindo a presença de vírus e bactérias que ficariam concentrados em ambientes pouco ventilados. Não se esqueça também de que a limpeza constante da casa é essencial para evitar o acúmulo de poeira e eliminar ácaros, que são causadores de várias doenças respiratórias alérgicas;

Atente-se à umidade do ar: ar com pouca umidade resseca as mucosas, facilitando a entrada e a proliferação de micro-organismos. Por isso, utilize baldes de água, umidificadores ou vaporizadores para manter as vias aéreas hidratadas.

Insira a lavagem nasal na sua rotina: feita com soro fisiológico, a lavagem garante que ele esteja sempre limpo, eliminando bactérias ou outros agentes invasores;

Atualize sua carteira de vacinação: as vacinas atuam na prevenção e amenização de infecções respiratórias como gripe, Covid-19 e pneumonia.

Agora que você já sabe mais sobre as doenças respiratórias, é importante relembrar a importância de procurar um médico logo que os sintomas se manifestarem. Assim o especialista irá investigar o caso, realizar exames físicos, laboratoriais e imagéticos para realizar o diagnóstico e recomendar o melhor tratamento.

 

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