Colesterol alto: entenda os riscos e o que fazer para manter seus níveis sob controle

Descubra o que é colesterol alto, sintomas, causas e como prevenir. Saiba os valores ideais e o que fazer para manter sua saúde cardiovascular em dia.

Publicado por Morgana Parisi

7 de agosto de 2025

O colesterol alto é um problema silencioso que afeta cerca de 40% da população brasileira de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Ele não apresenta sintomas, mas pode levar a doenças graves como infarto, AVC e até demência. Entender o que é, como ele se manifesta e principalmente como preveni-lo pode ser a chave para uma vida mais longa e saudável.

Segundo o estudo Percepções de Pacientes que Vivem com Colesterol Elevado, realizado em países como Brasil, Austrália e Estados Unidos, a maioria dos brasileiros só descobre que tem colesterol alto após apresentar sintomas de complicações graves, como infarto, tontura ou dor no peito.

Isso reforça um cenário preocupante: o diagnóstico costuma ser tardio, muitas vezes após eventos cardiovasculares já instalados. Portanto, o colesterol alto deve ser prevenido e monitorado de forma regular, mesmo na ausência de sintomas aparentes.

É nesse contexto que o dia 8 de agosto, Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, ganha ainda mais relevância. A data convida à reflexão sobre a saúde cardiovascular e mobiliza ações de conscientização em todo o País, lembrando que cuidar dos níveis de colesterol é um passo essencial para evitar complicações sérias que, muitas vezes, poderiam ser prevenidas.

Neste artigo, você vai descobrir:

O que é colesterol?

O colesterol, gordura natural produzida pelo fígado e obtida por meio da alimentação, é essencial para funções como produção de hormônios, vitamina D e digestão de gorduras. Mas, em excesso, pode causar sérios problemas.

Tipos de colesterol

Tipo de colesterol Função Nível ideal
HDL (bom) Remove gordura das artérias Acima de 60 mg/dL
LDL (ruim) Leva gordura ao sangue e pode obstruir artérias Abaixo de 100 mg/dL (ou 70 mg/dL para grupos de risco)
VLDL Relacionado a triglicerídeos Até 30 mg/dL
Total Soma dos anteriores Abaixo de 190 mg/dL

 

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O que provoca o colesterol alto?

O colesterol alto pode ter origem genética, mas também está diretamente relacionado aos hábitos de vida. Confira a seguir os principais fatores.

Causas mais comuns

  • Alimentação rica em gorduras saturadas e trans
  • Consumo excessivo de ultraprocessados
  • Sedentarismo
  • Tabagismo
  • Obesidade e acúmulo de gordura abdominal
  • Diabetes ou hipotireoidismo
  • Uso de certos medicamentos (como corticoides)

Sintomas de colesterol alto: o que sentimos?

Na maioria dos casos, o colesterol alto não provoca sintomas evidentes e só pode ser detectado por meio de exames laboratoriais. No entanto, em estágios mais avançados ou em pessoas com níveis muito elevados, alguns sinais clínicos podem surgir, como fadiga frequente, dores de cabeça, palpitações, pressão arterial elevada e sensação de inchaço abdominal.

Outros sintomas possíveis:

  • xantelasma: pequenas bolsas de gordura amareladas ao redor dos olhos;
  • xantomas: acúmulo de gordura sob a pele, principalmente em cotovelos e joelhos;
  • arco senil: anel esbranquiçado ao redor da íris, em pessoas jovens.

É importante lembrar que, além dos fatores clássicos que já citamos — como má alimentação, sedentarismo, obesidade e tabagismo —, existem também formas genéticas, que podem afetar inclusive crianças e adolescentes.

Nesses casos, uma alteração nos genes leva à produção excessiva de colesterol desde cedo, exigindo diagnóstico e intervenção precoce para evitar complicações futuras. Por isso, mesmo na ausência de sintomas aparentes, o monitoramento periódico dos níveis de colesterol é essencial para uma detecção eficaz.

Quando o colesterol é considerado alto?

A avaliação é feita por meio de um exame de sangue chamado perfil lipídico. Os níveis ideais variam de acordo com idade, sexo e presença de fatores de risco (como histórico familiar ou doenças associadas).

Valores de referência para adultos saudáveis:

Tipo Valor desejável
Colesterol total Abaixo de 190 mg/dL
LDL (ruim) Abaixo de 100 mg/dL
HDL (bom) Acima de 60 mg/dL
Triglicerídeos Abaixo de 150 mg/dL

Para pessoas com diabetes, histórico familiar ou doença cardiovascular, os níveis de LDL devem ser ainda mais baixos.

Confira, em vídeo no Canal da Omint, o que é hipertensão:

Como prevenir e baixar o colesterol alto

A boa notícia é que o colesterol alto pode ser controlado e prevenido com mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, com medicamentos.

Alimentação equilibrada

  • Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol: aveia, azeite de oliva, frutas ricas em fibras (maçã, pera), legumes, abacate, nozes, chia e peixes como salmão e sardinha.
  • Evite: carnes processadas, frituras, embutidos, manteiga, queijos amarelos, biscoitos recheados.
Alimentos “bons” Alimentos “ruins”
Abacate, chia, nozes Bacon, salsicha, margarina
Peixes ricos em ômega-3 Frituras, fast-food
Azeite de oliva Produtos industrializados

Atividade física

  • Frequência ideal: 150 minutos semanais (30 minutos por dia, 5x por semana)
  • Tipos indicados: caminhada, corrida, natação, bicicleta, musculação

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Estilo de vida saudável

Medicação e suplementos

  • Indicados quando dieta e exercícios não são suficientes
  • Mais comuns: estatinas, ezetimiba, fibratos, ômega-3, fitosteróis

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Colesterol por faixa etária: quando rastrear?

O rastreamento do colesterol deve começar na infância, especialmente em crianças com fatores de risco como obesidade, diabetes, histórico familiar de colesterol alto ou doenças cardiovasculares precoces.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o exame de perfil lipídico é recomendado entre 9 e 12 anos, antes da puberdade, mesmo em crianças aparentemente saudáveis.

Para aquelas com maior risco, a avaliação pode começar ainda mais cedo, entre 2 e 8 anos. Isso porque alterações no colesterol, quando identificadas precocemente, permitem a intervenção eficaz com mudanças no estilo de vida e, se necessário, tratamento médico, reduzindo consideravelmente as chances de complicações futuras como aterosclerose, infarto ou AVC.

Faixa etária Colesterol total desejável
Crianças (2 a 8 anos, com fatores de risco) Abaixo de 170 mg/dL
Pré-adolescentes (9–12 anos) Abaixo de 170 mg/dL
Adultos até 30 anos Abaixo de 190 mg/dL
A partir dos 40 anos Atenção redobrada: iniciar rastreio anual

A prevenção, quando iniciada desde a infância, contribui para o perfil cardiovascular mais saudável ao longo da vida.

Perguntas frequentes (FAQ) sobre colesterol alto

O que provoca o colesterol alto?

Genética, má alimentação, sedentarismo, tabagismo, doenças como diabetes ou hipotireoidismo.

Qual é o colesterol mais perigoso?

O LDL (colesterol ruim), pois se deposita nas artérias e pode causar obstruções.

Como baixar o colesterol rapidamente?

Mudança alimentar, exercícios e, se necessário, medicamentos. Consulte um médico.

Quais frutas ajudam a baixar o colesterol?

Maçã, pera, ameixa, abacate, uva (especialmente com casca).

Quais os sintomas do colesterol alto?

Geralmente não há sintomas. Sinais visuais como xantomas ou xantelasma podem surgir, mas o diagnóstico só é feito por exame.

Quando o colesterol é considerado perigoso?

LDL acima de 130 mg/dL, colesterol total acima de 190 mg/dL em adultos saudáveis e qualquer alteração em pessoas com histórico de doenças cardiovasculares.

Qual especialista avalia o colesterol e dá orientações de tratamento?

O médico mais indicado para avaliar os níveis de colesterol e orientar o tratamento é o clínico geral ou o cardiologista. Em casos específicos, endocrinologistas também podem ser envolvidos, especialmente quando há associação com doenças metabólicas, como diabetes. Esses profissionais solicitam os exames necessários, interpretam os resultados e indicam mudanças no estilo de vida ou, se necessário, o uso de medicamentos.

Conclusão

O colesterol alto pode parecer inofensivo por não causar dor ou incômodo no início. Mas é justamente por ser silencioso que ele se torna perigoso. Ao adotar hábitos saudáveis e realizar exames periódicos, é possível manter seus níveis sob controle e reduzir o risco de complicações graves.

Converse com seu médico e cuide do seu coração. A prevenção começa com a informação.

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