Publicado por Juliana Brito
No mês da campanha Outubro Rosa – que reforça a importância das ações de prevenção ao câncer de mama –, não podemos deixar de mencionar também os cuidados com a qualidade de vida em termos de autoestima feminina frente a essa realidade. Como lidar com o tratamento? Como deve ser a conduta dos profissionais de saúde para que possam contribuir positivamente com esse processo? Qual a importância da rede de apoio e do compartilhamento de experiências? Vamos conferir essas e outras questões no artigo a seguir. Confira!
O câncer de mama
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todo o mundo. Segundo o Inca, Instituto Nacional do Câncer, em 2022 66.280 casos novos são estimados.
Apesar de ser o mais comum, a boa notícia é que, quando detectado precocemente, ou seja, ainda no seu estado inicial, as chances de cura são de mais de 90%.
Por isso, você já deve ter visto por aí campanhas incentivando frequentemente que a mamografia seja realizada a partir dos 50 anos, idade indicada pelo Ministério da Saúde para que o monitoramento comece a ser feito a cada 2 anos. A principal delas é a campanha Outubro Rosa – entenda mais sobre as ações aqui.
Se você estiver se perguntando por que esses exames não devem ser feitos antes dessa idade, a resposta é: antes disso, as mamas são mais densas e podem gerar falsos resultados, provocando um estresse desnecessário.
Você pode saber mais sobre esse processo e entender os detalhes da doença neste outro blogpost.
No vídeo abaixo, o Dr. Guilherme Novita, mastologista credenciado Omint, também falou um pouco mais sobre o câncer de mama:
Como é possível lidar de forma mais saudável com o tratamento?
Por ser um momento mais delicado, é importante entender junto ao seu médico as melhores recomendações para o seu caso e segui-las corretamente para o bom decorrer do tratamento. Sem sombra de dúvidas, o cuidado multidisciplinar é indispensável neste momento, contemplando cuidar não só da saúde física, mas também emocional da mulher.
A baixa autoestima que pode se derivar dos efeitos do tratamento tendem a afetar diretamente no processo de cura. Por isso, é importante lembrar que existem ações eficazes para amenizar essa realidade e que ajudam diretamente a mulher a passar por esse processo.
Quais as ações mais indicadas?
Primeiro, é necessário entender qual o tipo de tratamento será necessário para cada caso. Para algumas mulheres, a cirurgia deve ser imediata. Outras precisam de tratamentos sistêmicos que envolvem radioterapia e quimioterapia. Tem aquelas que seguem o tratamento medicamentoso. Para cada situação, é preciso que o médico explicite tudo que poderá acontecer nesse processo e como é possível amenizá-lo.
Por exemplo, já existem tratamentos sendo estudados para reduzir a queda de cabelos e fortalecer as unhas, hidratantes específicos para a pele e outras recomendações que podem ser seguidas. Utilizar meios para fortalecer a autoestima nesse momento é um passo essencial.
No mesmo estudo divulgado pelo INCA, pesquisas demonstram que pacientes com autoestima mais elevada aderem melhor ao tratamento, se envolvem mais nos processos e, por isso, acabam se sentindo mais seguras, contribuindo para que o tratamento tenha impactos mais positivos em sua vida.
O acompanhamento psicológico nesses casos torna-se um grande diferencial, pois auxilia a paciente a falar sobre o assunto, diminui os riscos de depressão, ajuda a entender melhor a situação, resgata seus pontos fortes e trabalha a autoaceitação, melhorando sua capacidade de passar por essa fase e promovendo mais qualidade de vida.
Outro ponto é a importância do compartilhamento de histórias. Naturalmente, já nos identificamos melhor com pessoas que têm a vida parecida com a nossa, e nesse caso não seria diferente. Um dos projetos que busca auxiliar nessa causa é a Associação Rosa Mulher, que ajuda mulheres com câncer de mama a se sentirem mais acolhidas.
A equipe da Rosa Mulher conta com o apoio de psicólogas e assistentes sociais, e visa melhorar a qualidade de vida e a autoestima da mulher por meio da reabilitação física, emocional e estética.
Outra fundação que também tem o mesmo objetivo é a Laço Rosa. Além do apoio fornecido, no site deles há muitas informações relevantes, como os direitos da paciente, e sobre o câncer de mama, exames e medicações. E mais: ainda como é possível ajudar uma pessoa com câncer de mama.
Aqui pode-se conferir outras associações com projetos para ajudarem mulheres com câncer de mama.
Além da importância de compartilhar histórias com mulheres que passam pelo mesmo tratamento, também é preciso ressaltar a relevância da rede de apoio.
Durante o processo – que vai desde a investigação do câncer de mama até o seu tratamento –, a mulher pode passar por muitos momentos intensos, e saber que está bem amparada também é primordial.
A rede de apoio não necessariamente está ligada, apenas, a familiares e amigos mais próximos. Nossos vizinhos, amigos mais distantes e até mesmo a equipe médica multidisciplinar pode compor essa rede. Cada um pode auxiliar um pouco, contribuindo para melhor qualidade de vida da mulher. Manter-se otimista e ter por perto pessoas igualmente positivas dá mais forças para quem está passando por esse momento delicado.
Agora que você já sabe a importância dos cuidados com a autoestima da mulher que está passando por essa fase, que tal colocar em prática?
Se você for essa mulher, saiba que não está sozinha! Siga em frente em confie no processo.
