O que é endometriose?

0A endometriose é uma doença que atinge frequentemente as mulheres e está relacionada a células do endométrio – camada mucosa que reveste internamente a cavidade uterina. Estas células podem acabar se desenvolvendo fora da cavidade uterina e criam podem acabar gerando aderências entre órgãos – principalmente da pelve –, causando, dor e infertilidade, e inclusive sangramentos genitais. 

Apesar de a endometriose ser facilmente identificada, seu diagnóstico pode demorar cerca de 12 anos para ser feito. Mas por que será que isso acontece? Para entender essa e outras questões, como mais características da doença, sintomas e tratamentos, conversamos com os médicos ginecologistas credenciados Omint Dr. Rubens Paulo Gonçalves Filho e Dr. Mariano Tamura, que nos ajudaram a responder a todas essas questões.  

 

Neste artigo, você vai ver: 

O que é endometriose? 

 Dentro do útero da mulher, existe uma camada chamada “endométrio”, formada todos os meses para receber um possível feto. As células dessa camada são cheias de sangue, e, quando a mulher não engravida, o corpo expele essa camada em forma de menstruação. 

 

O que é endometriose?

 

O problema é que, nesse processo, as células que deveriam ficar restritas à cavidade uterina podem migrar ou se desenvolver fora do útero, principalmente em outros órgãos da cavidade abdominal, como nas trompas, na bexiga, no intestino ou até mesmo em nervos ou na parede de músculos.  

 Esses conjuntos de células que se aderem a locais errôneos formam lesões, causando principalmente dor e infertilidade. Quando isso acontece, chamamos de endometriose. 

Neste desenho, ilustramos a endometriose para explicar melhor:

O que é endometriose?

Quais são os sintomas da endometriose? 

 No início do texto, dissemos que a endometriose pode levar até 12 anos para ser diagnosticada. Também comentamos que é um diagnóstico fácil de ser feito. Então por que toda essa demora? 

O principal sintoma da endometriose é a dor no período menstrual, fora do ciclo ou durante as relações sexuais. E, como a dor é algo subjetivo, por vezes essas queixas não são ouvidas da forma que deveriam, fazendo com que esse diagnóstico seja postergado, prejudicando a paciente. 

 

Portanto, você deve ficar atenta a: 

  • dores abdominais dentro e fora do período menstrual que não passam com a dose usual de analgésico ou que incapacita você dos afazeres do dia a dia; 
  • dor na relação sexual, principalmente no sexo com penetração; 
  • alterações no trato intestinal, como diarreia, prisão de ventre ou até mesmo o afinamento das fezes;
  • dor ao urinar. 

 

Sabemos que pode ser difícil “medir” a dor de cada pessoa, mas atente-se a essas que não estão dentro da sua normalidade ou que você já vem percebendo que estão evoluindo. 

Saber ouvir o próprio corpo faz toda a diferença, pois auxilia que os diagnósticos precoces sejam feitos com muito mais facilidade. 

Segundo os médicos entrevistados, não é difícil fazer o diagnóstico da endometriose: isso é um mito. Em uma consulta na qual o médico sabe ouvir a paciente e fazer as perguntas corretas, a identificação da endometriose pode ocorrer rapidamente com exames simples. 

Portanto, a maior indicação é: nunca negligencie a dor. Ter dores incapacitantes não é normal. Procure um profissional que ouça você adequadamente. 

 

Como é feito o diagnóstico da endometriose?

O que é endometriose?

Por meio de ultrassom do abdômen e transvaginal – feitos com preparo intestinal. Até mesmo o exame de toque – no qual o médico toca o colo do útero – auxilia o processo de descoberta. 

Quando a menina ainda não teve relações sexuais, os exames também podem ser feitos por ressonância magnética. 

 

A importância do diagnóstico precoce 

Para obter o diagnóstico da endometriose não há segredo nem nenhum exame complexo. E ainda assim demora-se anos para ser descoberta, causando danos e queda na qualidade de vida da paciente. 

Quando a endometriose é detectada no início, o médico pode acompanhar de perto como a doença se comporta, impedindo principalmente que ela avance para estágios mais graves, acometendo intestino, rins, bexiga e até mesmo o diafragma. 

Apesar de não ser possível impedir diretamente o avanço da doença, pode-se tratar os sintomas desde muito cedo. Por exemplo: o uso da pílula anticoncepcional auxilia no tratamento, reduzindo dores e lesões, permitindo que a paciente tenha uma vida normal. 

A cirurgia só é indicada quando a massa de células estiver comprometendo o funcionamento dos órgãos da mulher e já tiver afetado alguma função, ou em casos em que a mulher esteja tentando fazer a fertilização in vitro: a retirada da lesão pode ser benéfica para esse processo. Isso acontece porque a endometriose é uma doença reincidente e, mesmo após uma cirurgia, ela pode voltar. Por isso a indicação cirúrgica se aplica apenas para algumas situações. 

 

Qual a relação da endometriose com a infertilidade? 

Entre as pacientes diagnosticadas com endometriose, 30% delas podem ter dificuldade para engravidar. Número alto, não? 

Muitas delas podem obter o diagnóstico só depois da tentativa da gravidez. Outro dado interessante é que, quando envolve a suspeita da infertilidade, o período de descoberta da endometriose cai para 4 anos. Por quê? A dor, muitas vezes deixada de lado, chama muito menos atenção do que um problema de infertilidade. 

Porém, a relação da endometriose com a infertilidade é bem simples. Dependendo de onde estão localizadas, às lesões causadas pela endometriose podem, por exemplo, atrapalhar o processo de fecundação, dificultando a chegada do espermatozoide ao óvulo. 

Por isso, para tratar a infertilidade é preciso cuidar das lesões, resolvidas caso a caso. O importante é ressaltar que existe tratamento! 

 

Consequências além da infertilidade 

Muitas pessoas pensam que a consequência mais grave da endometriose pode ser a infertilidade. Ela não é a única. 

Quando a endometriose acomete locais, comprometendo suas funções, ela também pode trazer graves problemas, como obstrução intestinal, obstrução nos canais dos rins para a bexiga e comprometimento do diafragma ou da pleura (membrana que reveste os pulmões). 

Portanto, ainda que não tenha o desejo de engravidar, mas você tem os sintomas ou desconfia de algo, investigue! 

 

Como é o tratamento da endometriose? 

O que é endometriose?

O tratamento da endometriose, assim como de qualquer doença, vai depender muito do grau da doença, e claro, de cada indivíduo. 

 O tratamento mais normal da endometriose é feito por hormônios (anticoncepcionais, DIU hormonal etc.) que ajudam a regular o ciclo e reduzem o sangramento, diminuindo as chances do refluxo de sangue para locais inadequados. 

Já em casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada principalmente se há um desejo posterior de uma fertilização in vitro. 

 

Tive o diagnóstico positivo, e agora? 

Primeiramente, é preciso entender que a endometriose é uma doença muito comum entre as mulheres. Diante do diagnóstico, é largamente considerada muito grave ou que você será automaticamente infértil. 

Na verdade, a endometriose é uma doença simples de ser tratada quando bem observada. Quando há o acompanhamento, é possível ter uma vida normal. O grande problema é que muitas mulheres já chegam ao consultório em um estágio muito avançado da doença. Por isso, não tenha medo! Investigue e peça orientação ao seu médico sempre que tiver alguma dúvida. 

Se você receber a confirmação da endometriose, siga as instruções do seu médico e cuide-se bastante. 

Vale destacar que hábitos saudáveis – praticar exercícios regularmente, alimentar-se e dormir bem – podem refletir em grande alívio dos sintomas dessa doença. 

Como a endometriose é uma doença inflamatória sistêmica, ou seja, reflete em todo o corpo, evitar o alto consumo de alguns alimentos pode ajudar, como açúcar, farinha branca, álcool, embutidos e alimentos que contenham lactose.  

O que é endometriose?

Principais dúvidas sobre a endometriose  

  1. Quando posso começar a investigação da endometriose? A partir da primeira menstruação. 
  2. Meninas que ainda não tiveram relações sexuais fazem os exames para a endometriose? Ao invés do ultrassom transvaginal, o médico pede os exames via ressonância magnética. 
  3. Toda mulher com endometriose sente dor? Não, e esse é um dos maiores enigmas da doença. Nem sempre uma mulher com endometriose sente dor, e também a intensidade da dor não está ligada à gravidade da doença. Por isso, não há como saber sem investigação.
  4. A endometriose é de causa genética? O fator genético pode contribuir bastante para a incidência da doença. Apesar de não existir gene específico para a endometriose, uma série de alterações em grupo pode contribuir com a aparição da doença. 
  5. Há como evitar a endometriose? Não, infelizmente não é possível fazer com que ela não aconteça. Porém, é possível tratá-la desde o início e ter mais qualidade de vida. 
  6. Só resolve com cirurgia? Não, a retirada das lesões é feita somente em casos muito graves ou quando podem contribuir com a fertilização in vitro, por exemplo. Se não, o tratamento assistido e os hábitos saudáveis são as melhores indicações. 
  7. Há relação da endometriose com o aborto? Não. O aborto pode acontecer por diversas pequenas falhas logo no início da gravidez que podem levar ao aborto. A endometriose pode levar à infertilidade, mas não tem relação com a perda do bebê depois do óvulo fecundado. 
  8. A endometriose tem cura? Não, pois a endometriose é uma doença de evolução crônica que pode ser tratada com muito sucesso, mas não pode ser completamente curada.

 

A Dra. Beatriz Taliberti Porto, ginecologista credenciada Omint, explica mais um pouco sobre a endometriose, nesse vídeo. Assista!

Para concluirmos, NÃO normalize a dor e mantenha seus exames em dia com um profissional de confiança, que consiga ouvir suas queixas e as investigue quando necessário. 

Na Omint, temos profissionais que podem auxiliar nessas questões. Consulte nossa rede credenciada e confira o mais próximo de você.  

Agora que tal compartilhar essas informações com alguém que precisa saber dessas informações? Até a próxima.

Síndrome sensorial: entenda esse transtorno e saiba como identificar

Os nossos sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato – são a principal maneira de perceber e de nos relacionar com o mundo exterior. Apesar de não sabermos ao certo como cada um de nós interpreta essas sensações, hoje entendemos que, para algumas pessoas, essa experiência é muito diferente: é o chamado transtorno sensorial.

Devido a alterações no cérebro, os portadores do TPS podem ter uma sensibilidade que torna difícil processar ou filtrar informações sensoriais, resultando em sintomas desconfortáveis ou até dolorosos.

Recentemente, essa síndrome chamou a atenção com as notícias sobre o filho da atriz e apresentadora Giovanna Ewbank com o também ator Bruno Gagliasso. Bless foi diagnosticado com síndrome sensorial após o casal notar manifestações do distúrbio. Não é incomum que esses sintomas afetem muitas áreas da vida, desde a capacidade de se concentrar no trabalho, na escola ou até na habilidade de desfrutar as atividades cotidianas.

Nesse blogpost, você irá entender como essa síndrome acontece, seu diagnóstico, tratamentos e outras informações. Os tópicos do texto são:

Vamos lá?

 

O que é transtorno de processamento sensorial

O TPS é uma condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro processa informações sensoriais. Pessoas com essa síndrome podem ter dificuldade em filtrar ou interpretar corretamente esses estímulos sensoriais. Isso pode levar a uma diminuição da sensibilidade (hipossensibilidade) ou aumento da sensibilidade (hipersensibilidade) causando respostas consideradas exageradas ou inadequadas a determinadas sensações.

Os gatilhos para o transtorno sensorial podem ser os mais variados, bem como sua intensidade. Desde texturas, como um chão áspero ou grama; cheiros, como o próprio Bless, que costumava se queixar do cheiro da cebola na cozinha; sons, muito altos ou repetitivos, por exemplo, entre muitas outros.

As causas do transtorno sensorial ainda não são claras sob o ponto de vista da ciência, mas atribui-se muito à genética. Também foi por muito tempo confundido com o transtorno de espectro autista (TEA), mas hoje se sabe que existem muitas pessoas que têm transtorno de processamento sensorial e não são autistas, ainda que ambos os distúrbios possam estar relacionados.

 

Leia também: Doenças Psicossomáticas e Práticas Alternativas Corporativas

 

Sintomas do transtorno sensorial

Como mencionado, cada pessoa costuma ter os próprios gatilhos e reações a essas sensações. Apesar das amplas variações, há alguns parâmetros importantes que nos ajudam a compreender os sintomas do transtorno de processamento sensorial.

No caso da hipersensibilidade, ou seja, quando os estímulos são mais intensos devido à síndrome sensorial, os sintomas podem incluir:

  • evitar abraços ou resistir a toques físicos
  • estresse, silêncio ou medo repentino
  • recusa em vestir certas roupas e tecidos
  • agitação excessiva com sons comuns
  • excessiva sensibilidade a luz e sons, geralmente cobrindo os olhos ou tapando os ouvidos
  • dificuldades com habilidades motoras finas, como escrever ou desenhar
  • recusa em comer certos alimentos ou sentir alguns cheiros
  • limiar de dor baixo, ou seja, sente dor com mais facilidade
  • dificuldade de se adaptar a ambientes
  • dificuldade para expressar sensações

A hipossensibilidade ocorre quando a pessoa sente os estímulos com menos intensidade.  Nesse caso, a síndrome sensorial se manifesta de forma diferente. Os sintomas mais comuns são:

  • limiar de dor alto, ou seja, têm pouca resposta à dor
  • brincadeiras físicas intensas e, quando crianças, podendo machucar outras crianças
  • fazer tudo com mais força, como abraçar ou escovar os dentes
  • pouca noção espacial
  • esbarrar em outras coisas e pessoas
  • hábito de cheirar e encostar em diferentes objetos
  • morder objetos ou simplesmente colocá-los na boca com frequência
  • quando crianças, costuma fazer muita “bagunça”
  • gostar de sons altos

Mesmo entendendo os sintomas, o TPS pode ser uma síndrome muito confusa, já que as manifestações variam muito e se misturam com outros transtornos. Por isso, o diagnóstico pode ser algo complexo e requer a participação de profissionais de saúde, como psicólogo, psiquiatra ou terapeuta ocupacional.

Veja só.

 

Como é diagnosticada a síndrome sensorial

O TPS costuma ser muito subdiagnosticado no Brasil e em adultos, justamente por sua relação com outros distúrbios e a dificuldade de perceber os sintomas.

Estima-se que o distúrbio afeta cerca de 5% das crianças em idade escolar e uma proporção significativa de adultos. Como mencionado, o TPS pode afetar qualquer pessoa, mas é relativamente raro: costuma ser mais comum em indivíduos com TEA, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno de ansiedade e transtornos do humor.

Não existe um teste específico para identificar a síndrome sensorial. O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados pela pessoa e na avaliação do histórico médico e comportamental. Para isso, os pais precisam manter-se atentos aos comportamentos da criança a fim de descrevê-los detalhadamente e oferecer uma perspectiva completa para os profissionais.

Muitas vezes o que dificulta o diagnóstico são os pais e responsáveis interpretarem os sintomas apenas como “frescura” ou como comportamento típico de criança mimada. O TPS precisa ser notado e aceito para que o diagnóstico e o tratamento sejam ideais e corretos.

O profissional pode usar ferramentas como questionários, entrevistas e observação para chegar ao diagnóstico.

Uma vez realizado o diagnóstico, o próximo passo é pensar no melhor tratamento.

 

Tratamento para sensibilidade sensorial

O tratamento do TPS é essencial para que, após o diagnóstico, as pessoas possam viver com mais tranquilidade e qualidade de vida. Afinal, por alterar as sensações, tão subjetivas e individuais, a síndrome sensorial interfere nas atividades diárias, afetando profundamente o aprendizado, a socialização, o trabalho e o relacionamento das pessoas.

Indo além, em último grau, essas dificuldades em decorrência da síndrome sensorial podem levar ao surgimento de outros transtornos, como a depressão e a ansiedade, ou a comportamentos agressivos e de isolamento social. Isso afeta os 4 pilares da saúde.

 

Acesse aqui: Teste de depressão

 

Tendo em mente todas essas questões que, apesar de diferentes, andam lado a lado, entende-se o porquê é tão importante garantir o tratamento que auxilie as pessoas a conviverem com o transtorno de processamento sensorial, principalmente na infância. O tratamento do TPS é multidisciplinar e envolve médicos neurologista, neuropediatra, psicólogos, terapia ocupacional, fonoaudiólogos e psiquiatra.

A terapia ocupacional tem se mostrado uma alternativa muito relevante no tratamento sobretudo de crianças com síndrome sensorial. Isso porque essa linha terapêutica auxilia a integrar e compreender esses estímulos por meio de brincadeiras e atividades lúdicas. Com as técnicas desenvolvidas nas sessões e, é claro, o apoio dos familiares e profissionais, a criança vai aprendendo a organizar as sensações.

A terapia comunicacional e a psicoterapia infantil também são muito importantes, principalmente para adultos. Elas auxiliam os pacientes a lidarem com os sentimentos de ansiedade, depressão ou isolamento que possam ter sido sentidos na infância ou que os acompanhem até o dia de hoje.

A melhor maneira de seguir com um tratamento é contando com a experiência de um profissional capacitado. Avaliando o caso com todas as suas especificidades e peculiaridades, é possível desenhar um caminho terapêutico mais apropriado.

Agora você já sabe um pouco mais sobre o transtorno de processamento sensorial. Lembre-se: para ajudar as pessoas que têm essa condição, é sempre necessário o conhecimento para diagnóstico precoce e melhor tratamento.

10 coisas que você precisa saber sobre a síndrome de Down

A síndrome de Down é caracterizada pela trissomia do cromossomo 21, fazendo com que os portadores dessa condição tenham 47 cromossomos ao invés de 46. Devido às características físicas, intelectuais e comportamentais, que dão a eles aspectos diferentes, ainda existe muito preconceito.

Em 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, data para conscientizar e representar à característica da síndrome (21/3 – trissomia do cromossomo 21). Para você ficar por dentro desse assunto tão importante, separamos 10 fatos que você precisa saber. Vamos lá?

Antes de conhecermos alguns deles, vamos entender do que se trata a Síndrome de Down.

A síndrome de Down é uma condição decorrente de uma alteração genética. No cromossomo 21, ao invés de existirem 2 cromossomos, existem 3, sendo essa a principal característica da síndrome.

As pessoas com síndrome de Down já nascem com a condição, que lhes confere uma série de características bem típicas, como:

  • rosto arredondado;
  • olhos oblíquos para cima;
  • língua maior do que o comum ou protusa (para fora da boca);
  • diminuição de tônus muscular, que pode dificultar a mastigação, a deglutição e a fala;
  • excesso de pele atrás do pescoço;
  • mãos menores com dedos mais curtos;
  • instabilidade na articulação do pescoço;
  • maior tendência ao desenvolvimento de doenças, como diabetes e hipotireoidismo;
  • maior tendência à obesidade.

 

Alguns estudos ainda apontam que pessoas com Down estejam mais propensas a infecções, além de 50% delas já nascerem com cardiopatia congênita.

Devido a esses traços, o acompanhamento multidisciplinar é necessário desde o nascimento da criança, para que ela seja estimulada e possa ter mais qualidade de vida. O mais importante é lembrar que é possível, sim, que essa pessoa tenha um bom desenvolvimento e consiga executar tarefas normalmente, porém precisa receber incentivo desde cedo.

Agora que você já sabe algumas características, vamos ver alguns fatos sobre a síndrome.

 

1 . Por que o nome síndrome de Down?

Em 1866, na Inglaterra, o médico John Langdon Down percebeu que havia semelhanças físicas entre crianças com maior dificuldade de desenvolvimento intelectual, mas foi só em 1959 que um pediatra geneticista francês descobriu a relação com alterações genéticas, a qual homenageou com o nome síndrome de Down.

 

2. A síndrome não tem causa específica.

Algumas pessoas acreditam que a síndrome tem alguma causa ou motivo específico e que é possível prevê-la antes da concepção. No entanto, diversos estudos já foram desenvolvidos, mas nenhum deles encontrou uma única razão para a alteração.

Inclusive não têm nenhuma comprovação de que os hábitos maternos durante a gestação interferem na possibilidade de o feto desenvolvê-la.

O que se sabe é que a idade da mãe pode estar relacionada à possibilidade de o bebê desenvolver a condição: mulheres com mais de 35 anos possuem mais chances de gerar bebês com a síndrome.

Segundo estudo da Eclamc (Estúdio Colaborativo Latinoamericano de Malformações Congênitas), 40% dos bebês que nascem com síndrome de Down têm mães entre 40 e 44 anos.

 

3. Não é possível prever a síndrome.

Outros acreditam que seja possível prevenir o nascimento de bebês com síndrome de Down, mas, de maneira geral, não se pode prever a ocorrência com 100% de eficácia. Hoje se investiga a probabilidade, mas alguns desses procedimentos podem ser de alto custo.

Vale deixar bem claro que nem todas as mulheres com mais de 35 anos irão gerar bebês com síndrome de Down: o que existe é uma possibilidade.

E, apesar de não ser possível prever, o diagnóstico pode ser feito antes do nascimento pela observação de algumas características, notadas durante o acompanhamento médico pré-natal.

 

4. Não existem graus de síndrome de Down.

Um dos maiores mitos que você deve ter ouviu por aí é que existem “graus” para a síndrome de Down. Isso não é verdade.

A síndrome de Down exige um acompanhamento multidisciplinar, se possível, desde o nascimento da criança. E isso acontece porque o ritmo de aprendizado pode ser um pouco diferente, assim como a dificuldade no desenvolvimento da fala tende a ser maior, devido à falta de tônus muscular.

Portanto, quando uma pessoa com Down não é assistida desde cedo, pode ter mais dificuldade na sua evolução do que aquela com acompanhamento, o que dá a impressão de que existem pessoas com graus diferentes da síndrome.

Por isso, é importante reforçar que crianças que nascem com a síndrome de Down têm de ser acompanhadas por pediatras, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos – entre outros profissionais – desde o princípio, para que contribuam para o bom crescimento e a qualidade de vida delas, estimulando suas habilidades.

 

5. Quem tem síndrome de Down pode levar uma vida normal, ter amigos e se relacionar com um parceiro.

O bom desenvolvimento de uma pessoa com síndrome de Down depende muito do acompanhamento médico.

Afinal, essas pessoas podem ter um pouco mais de dificuldade no desenvolvimento de habilidades psicomotoras e físicas, por causa de algumas características, mas o mais importante é: eles só precisam de estímulos variados e treino.

Quando uma pessoa com síndrome tem o acompanhamento correto, é perfeitamente possível que ela tenha uma vida normal, execute tarefas do dia a dia sozinha, se relacione amorosamente, tenha amigos, forme até mesmo uma família e se case – é necessário apenas o acompanhamento de uma pessoa de confiança para auxiliar com os processos legais. Ainda que exista mais dificuldade, é essencial lembrar que eles podem levar uma vida como qualquer outra.

O tratamento feito de forma correta, o apoio e a ajuda da família são a base da qualidade de vida deles. O combate ao preconceito, por acharem que eles são incapazes, é uma pauta que deve ser sempre discutida.

 

6. Crianças com síndrome de Down podem frequentar escolas regulares, porém pode não ser tão simples.

Crianças com essa síndrome podem frequentar escolas regulares, e isso é muito positivo – pois ajuda na socialização e desenvolvimento. Porém, esse pode ser um desafio, já que nem todos os colégios estão preparados para recebê-los – e muitas vezes os pais acabam recorrendo a escolas especializadas, onde os filhos podem receber uma atenção mais personalizada.

É fundamental lembrar que, apesar da síndrome “ser uma só”, cada criança tem características específicas, e essa decisão cabe aos pais.

 

7. Pessoas com Down têm direitos garantidos por lei.

As pessoas com Down têm direitos determinados pela lei, garantindo que tenham acesso à educação, escolas inclusivas, atendimento preferencial e transporte acessível, entre outros benefícios sociais.

Vale destacar o Benefício de Prestação Continuada, que permite a eles receber 1 salário-mínimo mensalmente, isenção de imposto de renda, acesso diferenciado ao transporte aéreo, além de outras vantagens. 

 

8. Podem trabalhar.

Pessoas com deficiência têm direito a oportunidades iguais de trabalho. Muitos países, assim como o Brasil, contam com uma legislação trabalhista que favorece a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, seja por meio de cotas, seja por meio de subsídios para as empresas contratantes.

 

9. Síndrome de Down NÃO é doença.

A síndrome de Down não é considerada doença, visto que não necessita de cura. Portanto quem pertence a esse grupo não está doente.

A síndrome é uma alteração genética e confere a indivíduos particularidades diferentes, que necessitam de atenção e apoio, mas isso não os define como doentes, okay?

 

10. Não são todos iguais e não precisam de pena.

O mais importante é lembrar que as pessoas com síndrome de Down NÃO são iguais. Cada uma tem a sua personalidade e precisa ser respeitada como qualquer outra. Além disso, não deve ser vista como “coitadinha” ou como criança, de pessoas com a síndrome.

As pessoas com síndrome são como quaisquer outras e devem ser tratadas como tal.

Lembre-se que o respeito é sempre bem-vindo e que a melhor forma de aprender sobre um assunto é buscando informações e escutando pessoas que convivem com essa realidade.

E aí, aprendeu mais sobre o assunto? Compartilhe com quem precisa saber!