TDAH e dislexia: o que é cada um e como podem afetar as pessoas?

Você já deve ter ouvido por aí que o TDAH e a dislexia estão sempre interligados, mas, não é verdade. Os dois são transtornos de desenvolvimento e são confundidos com frequência. Para deixar claro: o TDAH afeta habilidades de atenção do indivíduo e a dislexia está ligada especificamente às habilidades de linguagem e escrita.

Ambos, quando não diagnosticados na infância, podem trazer dificuldades na idade adulta. Neste artigo, iremos abordar mais sobre cada condição, tipos, sintomas, diagnósticos e tratamentos. Vamos conferir?

 

Para começarmos, vamos entender primeiramente o que é cada um dos transtornos.

 

TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)

O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno neurobiológico, com causas genéticas, caracterizado principalmente pela dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade. É um distúrbio mais predominante em meninos, afeta de 3% a 5% das crianças já na idade escolar e 4% da população adulta no Brasil, segundo dados coletados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, há cerca de 2 milhões de adultos com o transtorno no País. Quando não tratado na infância, os sintomas podem continuar ainda na idade adulta, mas abordaremos isso ao decorrer do texto.

Nesse transtorno, há grande dificuldade da criança manter o foco em alguma atividade, comprometendo o seu progresso, o que muitas vezes pode ser confundido com a dislexia. Porém, é só a dificuldade em prestar atenção que prejudica seu desenvolvimento.

Existem três tipos de TDAH listados. Confira.

– TDAH hiperativo ou impulsivo: as pessoas com esse tipo de TDAH movimentam-se constantemente e têm muita dificuldade em ficar paradas. Falam bastante e por diversas vezes podem acabar interrompendo a fala dos outros ou completando o raciocínio.
Em crianças, pode ser mais difícil notar, pois já são inquietas naturalmente. Mas, quando não conseguem permanecer sentadas, falam e correm excessivamente, não se mantêm em silêncio e sentem dificuldade em esperar a vez em filas, por exemplo, elas podem ter TDAH hiperativo.

– TDAH desatento: já no TDAH desatento, as pessoas que se distraem muito facilmente, têm dificuldade em se organizar e possuem memória fraca. Também podem perder coisas com frequência.
Eis alguns exemplos: não conseguem prestar atenção em uma aula ou palestra, não seguem instruções e sentem dificuldade para manter compromissos.

– TDAH misto ou combinado: é a combinação dos dois citados anteriormente. A pessoa pode apresentar tanto sintomas de hiperatividade quanto de desatenção.

Em alguns casos, o TDAH pode ser definido como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção).

Devido aos sintomas desse transtorno, a criança pode apresentar mais dificuldade na alfabetização e memorização, trazendo até mesmo problemas de ansiedade por não conseguirem aprender ou acompanhar o desenvolvimento de sua turma.

O DSM-5 (Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais) apresenta nove sintomas para cada tipo de TDAH, e uma criança, para ser diagnosticada por um profissional, precisa apresentar pelo menos seis desses, em ambientes diferentes, como em casa e na escola. Já em adultos e adolescentes, podem apresentar apenas cinco.

É importante ressaltar que o TDAH pode causar outros transtornos, como ansiedade e depressão, por parecer que o indivíduo não consegue “se adequar” aos demais. Há também maior risco de consumo de álcool e drogas.

Neste vídeo, você pode conferir um pouco mais sobre o TDAH:

 

Dislexia

A dislexia é um distúrbio específico de linguagem, ou seja, afeta a capacidade de leitura e escrita do indivíduo. Dessa forma, ficam prejudicadas as habilidades de consciência fonológica e habilidades verbais. Assim como no TDAH, além de ter fatores genéticos, também costuma manifestar-se na infância e, se não tratada, pode perdurar para a idade adulta.

Entre os sintomas, estão a dispersão, a dificuldade na coordenação motora, na memorização, confusão entre letras e até mesmo a desorganização. Você já deve ter ouvido por aí que pessoas com dislexia podem trocar P por B, por exemplo, ou errar o som das palavras e pronunciá-las de forma incorreta, o que é bem comum para quem apresenta essa condição.

 

Quais as diferenças entre elas?

Agora que já sabemos melhor como as duas condições se comportam, podemos entender melhor a diferença entre elas e por que são tão confundidas ou atreladas uma à outra.

Como vimos, o TDAH é um transtorno caracterizado principalmente pela dificuldade de concentração e falta de atenção do indivíduo. Apesar de outros sintomas contemplarem essa lista, esses são os motivos principais.

Logo, é possível imaginar como isso pode ser confundido com a dislexia. Uma vez que a criança não consegue prestar atenção nas aulas, se distrai muito facilmente ou até mesmo não consegue ficar parado, isso claramente afetará o seu desenvolvimento escolar, fazendo com que a alfabetização seja mais difícil. Dessa forma, a suspeita de dislexia pode aparecer. Porém, são coisas diferentes.

É comum que essa confusão exista, uma vez que 70% das pessoas com TDAH têm dificuldade na leitura e escrita. É claro que crianças com diagnóstico de TDAH também PODEM ter dislexia, mas não é uma regra. Por isso, cada caso deve ser avaliado de forma multidisciplinar.

A dislexia pode ser identificada mais por dificuldades em memorizar música, trocar letras e palavras, por exemplo, uma vez que é uma disfunção puramente de linguagem, enquanto o TDAH abrange muitos outros fatores, conforme citamos.

Apesar da maior dificuldade, é possível, sim, que a criança possa aprender a ler e escrever da forma adequada nesses casos, mas é importante que o diagnóstico seja o mais precoce possível, uma vez que o tratamento pode ajudar a sanar os sintomas e permitir que a criança se desenvolva mais facilmente.

Apesar das diversas semelhanças, como a dificuldade de atenção e memorização, afetarem a interação social e o desenvolvimento escolar, é preciso investigar com profissionais como neurologistas e fonoaudiólogos para descobrir do que se trata cada caso, individualmente.

 

Como o TDAH se manifesta na idade adulta?

Conforme citamos, o TDAH é um transtorno neurobiológico que costuma aparecer logo na infância, quando a criança já está em idade escolar. Porém, quando essa condição não é detectada e tratada desde cedo, pode acabar persistindo pela idade adulta. Esse é um assunto que tem sido muito comentado nos últimos tempos, para que diagnósticos tardios possam perder o seu estigma.

Para entender um pouco melhor como o TDAH se comporta na idade adulta, vamos conferir alguns sintomas:

– falta de foco e atenção;
– dificuldade em seguir uma rotina;
– instabilidade profissional;
– relacionamentos instáveis;
– dificuldade maior para colocar em prática suas ideias;
– tédio frente a situações que não são estimulantes para o indivíduo.

É importante ressaltar também que, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 75% dos adultos que apresentam TDAH também terão outras comorbidades, como depressão, ansiedade, compulsão alimentar, distúrbios de sono e, inclusive, dislexia.

Confira, em vídeo, como o seu cérebro regula a atenção, na explicação do Dr. Fernando Gomes:

Como lidar?

Com tantos pontos desafiadores, é fato que a rotina para essa pessoa precisa ser adaptada para que tenha mais qualidade de vida. Antes de qualquer ação, é imprescindível que a condição seja investigada por uma equipe multidisciplinar capacitada, para que possa se chegar ao diagnóstico e, então, iniciar o tratamento medicamentoso assim como as terapias auxiliares necessárias.

Como o TDAH tem um perfil mais “acelerado” do que o normal e tudo pode funcionar de maneira muito rápida, os hábitos alimentares e de sono podem acentuar ainda mais os sintomas. Por isso, para esses casos, praticar exercícios que gastem energia ajuda a melhorar o humor, a relaxar e a melhorar a qualidade de vida. É essencial também adotar uma alimentação equilibrada e bons hábitos de sono.

Outras práticas que podem ajudar o TDAH na vida adulta são dispositivos ou meios para auxiliar na organização, por exemplo:

– fazer listas;
– usar uma agenda ou planner que funcione melhor para você;
– realizar pequenas tarefas, sem se sobrecarregar, uma de cada vez.

É claro que todas essas tarefas são um processo, uma vez que a dificuldade de organização é muito presente nesse transtorno. Por isso, a ajuda profissional é indispensável, além da persistência e da paciência para lidar com o TDAH.

O mais importante é saber que tem tratamento e que isso não precisa ser um motivo de vergonha. Procure um profissional da sua confiança, tenha paciência com você mesmo e seja constante no tratamento! Dessa forma, é possível conquistar mais qualidade de vida.

Caso você queira se aprofundar mais no assunto, você também pode conferir o vídeo abaixo:

Práticas corporais alternativas: entenda como exercitar corpo e mente.

Você tem o hábito de se exercitar regularmente? É provável que você e muitas pessoas respondam não para essa pertenta. Já que a rotina pode fazer com que, às vezes, fique bem difícil praticar algum tipo de atividade física. Para que o hábito seja criado, é necessário escolher uma atividade da qual gostamos, para que seja mais fácil manter a constância.

Quando não damos atenção para a prática de atividades físicas, sentimos os efeitos negativos e os quatro pilares da saúde podem ficar desequilibrados. Uma alternativa pode ser a prática corporal alternativa, que trabalha a saúde física e mental, melhorando a qualidade de vida.

Para saber mais, continue lendo! Nesse texto vamos falar sobre:

Vamos lá?

O que são práticas corporais alternativas

Existem diversas maneiras para trabalhar o corpo. Naturalmente, nós temos mais contato com os métodos mais tradicionais, como musculação, corrida, danças e lutas, por exemplo. Mas existem, também, as práticas corporais alternativas, que estimulam o corpo a partir de outra perspectiva.

A diferença das práticas alternativas para as tradicionais é a união entre corpo e mente, estimulando essas duas áreas. A maneira como isso acontece é pelo foco na respiração. Os exercícios estimulam a inspiração e expiração mais lenta e consciente, trabalhando a mente e ajudando a aliviar o estresse.

Essa junção corpo e mente oferece às práticas corporais um caráter holístico muito forte. Isso porque, diferente da medicina ocidental tradicional, baseada em dividir o conhecimento em especializações, esses métodos terapêuticos surgiram no oriente, onde costumava-se trabalhar e interpretar o organismo como um todo.

O surgimento dessas práticas, aliás, é um ponto muito interessante. No geral, surgiram na China, Japão ou Índia e algumas delas têm mais de 5.000 anos. Outras são mais recentes ou foram reformuladas, como é o caso do pilates ou a eletroacupuntura.

A abordagem integral e a preocupação muito particular com a respiração, consciência e mente, trouxeram muitas novidades para a perspectiva ocidental sobre saúde. Para ter uma ideia, muitas dessas práticas estão sendo testadas e modificadas para atuarem como tratamentos alternativos para a depressão.

Agora que já sabemos o que são, vamos entender as principais práticas corporais alternativas.

 

Quais as principais terapias alternativas

Como foram criadas há milênios, existem muitas opções, que podem ser aplicadas em conjunto para fins diferentes.

Apesar de todas terem um que de meditação, vale mencionar que a meditação por si só já se configura como uma prática alternativa. Além de ser muito estimulante, existem métodos diferentes para fazê-la.

Seguindo nessa linha, temos o yoga e o tai-chi-chuan, que oferecem a mesma atenção para as emoções e os pensamentos internos, mas adicionando mais movimentos e posturas.

Muito confundido com o yoga, há também o pilates, uma atividade voltada para o fortalecimento e controle de diferentes grupos musculares.

Com raízes ainda mais fortes na terapia e no lado espiritual, há ainda outras possibilidades: o reiki, técnica baseada na transferência de energia; a acupuntura, que consiste na inserção de agulhas em pontos específicos da pele; e a massagem shiatsu, que significa literalmente “pressão com os dedos”.

O ponto principal que une todas essas práticas corporais tão diferentes é, novamente, ter um foco no corpo ao mesmo tempo em que há um cuidado com a mente. Para a sociedade atual, que carece de tempo, é muito precioso poder cuidar de ambos ao mesmo tempo.

 

Conhecendo a meditação

Dentre as práticas milenares, a meditação é uma das mais antigas e difundidas atualmente. Uma grande vantagem é a sua versatilidade: você pode meditar em casa ou em lugares específicos, sozinho ou acompanhado, com alguém guiando ou não.

Meditar é, basicamente, se voltar para si mesmo e focar no aqui e agora. É justamente a subjetividade dessa prática que permite a existência de tantas possibilidades de onde ou como meditar.

Além disso, a meditação tem diversos benefícios comprovados:

• aumento na capacidade de concentração;
• diminuição do cortisol (hormônio do estresse);
• fortalecimento do sistema imunológico;
• melhora na memória e inteligência;

Com tantos benefícios, não é surpresa saber que essa prática corporal tem sido muito estudada como tratamento alternativo para depressão e outros transtornos mentais. E, para quem tem uma rotina estressante, a meditação é um dos caminhos para o bem-estar.

Justamente por ser um exercício tão livre, existem vários tipos de meditação. A lógica não é sobre qual é melhor ou pior, mas qual combina mais com seus objetivos atuais. É interessante conhecer os diferentes modelos para escolher o mais adequado para você.

 

Diferenças e benefícios de pilates e yoga

É comum que muitas pessoas se confundam quando o assunto é pilates e yoga, pois ambas são alternativas para a dor. Até mesmo para quem entende a diferença, pode ser difícil escolher uma das duas.

O pilates, diferentemente da maioria das outras práticas corporais alternativas, surgiu durante a Segunda Guerra Mundial. O médico Joseph Pilates desenvolveu o método que recebeu o seu nome com o objetivo de auxiliar na recuperação de soldados feridos.

Essa prática, muito voltada para o fortalecimento dos músculos, trabalha também com a respiração. Assim, o pilates é muito procurado como tratamento para dores físicas e questões posturais.

Alguns dos benefícios são:

• flexibilidade;
• postura;
• fortalecimento de grupos musculares;
• alívio de dores;
• alívio da ansiedade e do estresse;
• condicionamento físico.

O yoga, por outro lado, é uma disciplina espiritual que surgiu na Índia há 5.000 anos. A prática estimula tanto o corpo, por meio de posturas e movimentos, quanto a mente, por meio da respiração e atenção ao fluxo de pensamentos.

Assim, o yoga é baseado em pilares emocionais, mentais e espirituais. Essa prática oferece várias filosofias, um estilo de vida junto e o aprimoramento físico.

Seus principais benefícios são:

• melhoria na qualidade de vida;
• melhoria do equilíbrio;
• aprimoramento da postura;
• controle emocional;
• autoconhecimento.

Conheça os benefícios do Pilates com Dr. Nemi Sebah Junior:

Entendendo a relação entre acupuntura, reiki e shiatsu

Essas três técnicas são bem diferentes, mas é muito comum serem aplicadas em conjunto para melhorar ainda mais o processo terapêutico. Cada uma à sua maneira, elas podem trazer diversos benefícios para a saúde mental, física e bem-estar no geral.

A acupuntura, técnica criada na China há aproximadamente cinco milênios, baseia-se no conceito de que o corpo humano é constituído de fluxos de energia que devem fluir corretamente. Quando são desregulados, podem causar mal-estar.

A maneira de regular a energia vital que corre pelo corpo é com a aplicação de agulhas finas em diferentes lugares do organismo. Essas agulhas criam pressão e, por isso, auxiliam a diminuir o cansaço, as dores no corpo e, é claro, o estresse.

A técnica é tão rica que são vários os tipos de acupuntura. A auriculoterapia consiste na aplicação de agulhas ou sementes de mostarda na orelha dos pacientes. Há também eletroacupuntura, que funciona a partir da aplicação de impulsos elétricos em diferentes partes do corpo.

O reiki, por sua vez, nasceu no Japão e não é uma técnica milenar: diferentemente do que muitas pessoas pensam, surgiu no século passado!

Essa terapia oriental acontece por meio da imposição das mãos do terapeuta sobre o paciente, transmitindo energia e equilibrando o corpo. Parte do processo sugere que o paciente se concentre em alguns princípios específicos, como gratidão e amabilidade, por exemplo.

Essa técnica, assim como a acupuntura, promove o aumento no bem-estar e é muito procurada para a diminuição de dores, insônia, ansiedade e até hipertensão.

Por fim, o shiatsu é uma massagem chinesa que também busca regular o fluxo de energia no organismo humano. A pressão em pontos específicos do corpo com os óleos essenciais promove o relaxamento muscular e mental.

A técnica é muito similar à acupuntura, mas realizada de outra maneira. Mesmo assim, os benefícios são os mesmos: alívio de dores, aumento no bem-estar, melhora na postura e no equilíbrio, entre outros.
Essas três técnicas, por terem princípios e benefícios similares, podem ser realizadas em conjunto, potencializando os resultados.

 

Quais as principais terapias alternativas

Como foi possível perceber, algumas das técnicas têm funcionamento diferente do raciocínio médico-científico ocidental ao qual estamos acostumados. Pode ser que você tenha ido até um profissional de saúde tradicional e não ter recebido instruções sobre o fluxo de energia do seu corpo.

A medicina está sempre se remodelando, oferecendo novas perspectivas e abandonando antigas. A medicina oriental seguiu um caminho muito diferente da nossa. Com o reaparecimento dessas técnicas aqui no Ocidente, a medicina tradicional tem tentado compreender e adotar alguns dos conceitos orientais.

Esse é um processo relativamente recente e o progresso científico não acontece da noite para o dia. Por isso, é importante destacar que um método terapêutico não anula o outro.

Não é só porque a acupuntura tem benefícios para quem tem hipertensão que o paciente deve abandonar as recomendações do seu médico. Na mesma linha, não é só porque o tratamento tradicional está trazendo resultados que uma pessoa não deva experimentar o shiatsu, por exemplo.

A integração conjunta dessas diferentes abordagens pode ser muito valiosa, desde que a medicina tradicional não seja abandonada.

O foco é sempre viver bem, não somente curar doenças. Para isso, sinta-se livre para contar com práticas corporais alternativas e tradicionais, sempre conversando com profissionais especializados para auxiliarem sua caminhada.

Até a próxima!