Ecoansiedade: o impacto da crise climática na saúde mental

Nos últimos anos, a crise climática deixou de ser um risco distante. Enchentes, secas severas e ondas de calor se tornaram parte da rotina em várias regiões do mundo. 

Esses eventos extremos afetam não só o ambiente, mas também o bem-estar emocional das pessoas. É nesse contexto que surge a ecoansiedade: tipo de sofrimento psicológico relacionado ao futuro do Planeta. 

Neste conteúdo, vamos explorar o que é a ecoansiedade, quais são seus sintomas, por que ela está crescendo e como lidar com os efeitos desse fenômeno na saúde mental. 

O que é ecoansiedade?

A ecoansiedade é o nome dado ao sofrimento psicológico causado pelas mudanças ambientais que vivemos hoje. 

Embora ainda não seja classificada como transtorno mental, ela é reconhecida por especialistas como uma reação legítima à crise climática. E está se tornando cada vez mais comum. 

A Associação Americana de Psicologia descreve a ecoansiedade como o “medo crônico de um cataclismo ambiental”. Essa sensação surge diante das incertezas sobre o futuro do Planeta e da própria vida. 

Com o aumento de eventos extremos, como enchentes, ondas de calor e queimadas, esse tipo de angústia vem ganhando destaque. E não afeta apenas quem sofre diretamente os impactos dos desastres. 

Pessoas que acompanham essas situações pelas notícias, redes sociais ou mesmo por relatos de amigos e familiares também podem ser afetadas. 

É o que já acontece em diversos países, inclusive no Brasil, onde crianças, adolescentes e populações mais vulneráveis estão entre os grupos que mais sentem essa pressão emocional.  

Segundo relatório da UNICEF, mais de 40 milhões de crianças e adolescentes no País estão expostos a múltiplos riscos climáticos e ambientais, número que representa quase 60% dessa faixa etária. 

Como a ecoansiedade surgiu e por que está crescendo?

O sentimento de angústia relacionado ao futuro do Planeta começou a ganhar força nos últimos anos, mas os impactos emocionais que ele descreve não são novos. Desde a década de 1990, estudiosos já discutiam esse assunto 

Em 2017, a American Psychological Association definiu o conceito como “medo crônico de catástrofes ambientais”. 

A crescente frequência de desastres naturais e o aumento do acesso à informação ajudaram a ampliar a percepção coletiva sobre os efeitos da emergência climática. Não é mais possível ignorar o problema, e isso tem cobrado um preço emocional alto. 

Hoje, a ecoansiedade está entre os temas que mais mobilizam psicólogos, educadores e lideranças ambientais no mundo.  

Pesquisas recentes apontam que, quanto maior o nível de consciência ecológica e acesso à informação, maior é a tendência a desenvolver sentimentos de angústia, frustração ou impotência diante da crise climática. 

Sintomas e impactos da ecoansiedade na saúde mental

A ecoansiedade pode se manifestar de maneiras diferentes em cada pessoa, mas há um padrão comum de sintomas físicos, emocionais e comportamentais. 

Os mais comuns incluem: 

  • sensação constante de angústia ou tristeza; 
  • irritabilidade e mudanças de humor; 
  • dificuldade de concentração; 
  • crises de ansiedade ou pânico; 
  • sensação de impotência diante da crise climática.

Em casos mais graves, a ecoansiedade pode desencadear transtornos como ansiedade generalizada, depressão ou estresse pós-traumático, especialmente quando associada à vivência de desastres ambientais. 

Segundo a Associação Americana de Psicologia, entre 25% e 50% das pessoas expostas a eventos climáticos extremos desenvolvem algum tipo de problema de saúde mental. 

Além disso, estudos apontam que jovens e pessoas com maior consciência ambiental tendem a sentir culpa ou desesperança com mais intensidade, o que pode agravar o sofrimento psíquico. 

A saúde mental comunitária também é impactada. Comportamentos como retração social, aumento de agressividade e desconfiança entre grupos sociais têm sido registrados em regiões atingidas por secas, enchentes e queimadas. 

Por isso, entender a ecoansiedade como resposta real e legítima ao contexto ambiental é essencial para prevenir agravamentos e orientar ações de cuidado psicológico. 

Grupos mais afetados pela ecoansiedade

Crianças e adolescentes estão entre os mais impactados emocionalmente pelas mudanças climáticas. Ainda em fase de desenvolvimento, podem ter mais dificuldade para processar sentimentos como medo, insegurança e desesperança em relação ao futuro. 

Estudo internacional coordenado pela Universidade de Yale revelou que jovens brasileiros relataram sintomas como pânico, insônia e tristeza profunda ao falar sobre o estado do Planeta. 

Idosos também podem ser afetados, especialmente aqueles que enfrentam desastres ambientais ou têm a saúde já fragilizada.  

A sensação de impotência diante das transformações e a preocupação com o bem-estar das próximas gerações podem desencadear quadros de ansiedade ou depressão. 

Além da idade, fatores como histórico de saúde mental, grau de exposição a eventos climáticos e acesso limitado a serviços de saúde contribuem para maior vulnerabilidade.  

Entender quem mais sente os efeitos da ecoansiedade é fundamental para oferecer acolhimento adequado e evitar agravamentos. 

Diferença entre ecoansiedade e outras formas de ansiedade

Apesar de compartilhar sintomas com outros tipos de ansiedade, como preocupação excessiva, insônia e alterações de humor, a ecoansiedade tem origem específica: a crise ambiental. 

Enquanto a ansiedade tradicional muitas vezes está ligada a questões individuais, como trabalho, relacionamentos ou saúde, a ecoansiedade nasce da percepção coletiva de ameaça, ligada ao futuro do Planeta e à sobrevivência das próximas gerações. Ela também pode vir acompanhada de sentimentos de culpa ou frustração.  

Outro termo relacionado é a solastalgia, definida como a sensação de sofrimento causada por mudanças ambientais no local onde a pessoa vive. É uma espécie de desconforto emocional diante da degradação do território conhecido, como o bairro, a cidade ou a paisagem natural ao redor. 

Por isso, profissionais de saúde mental apontam que a abordagem terapêutica pode precisar ser diferente.  

Em vez de apenas aliviar os sintomas, o cuidado com a ecoansiedade passa também por criar espaços seguros para falar sobre o tema, acolher emoções legítimas e transformar o sofrimento em ação consciente e engajada. 

Como lidar com a ecoansiedade: estratégias e cuidados

Diante de um problema tão amplo quanto a crise climática, é comum sentir-se paralisado ou sobrecarregado. Mas existem formas saudáveis de acolher e lidar com a ecoansiedade no dia a dia. 

O primeiro passo é reconhecer esse sentimento como legítimo. Negar ou minimizar o sofrimento pode aumentar o impacto emocional. Falar sobre o tema com pessoas de confiança ou buscar apoio profissional também ajuda a elaborar as emoções de forma mais equilibrada. 

Além disso, algumas estratégias podem aliviar os sintomas. Confira! 

  • Participar de ações coletivas: envolver-se em iniciativas ambientais, como hortas urbanas, reciclagem ou mutirões de limpeza, pode transformar a angústia em ação positiva. 
  • Consumir informações com equilíbrio: manter-se informado é importante, mas o excesso de notícias negativas pode gerar sobrecarga. Vale a pena dosar o tempo de exposição e buscar fontes confiáveis. 
  • Cuidar do corpo e da mente: hábitos como boa alimentação, sono regular, atividade física e técnicas de respiração auxiliam no controle da ansiedade. 

Em casos mais intensos, a ajuda de profissionais de saúde mental é fundamental. Psicoterapia e grupos de apoio são caminhos possíveis para quem precisa de suporte mais estruturado. 

Por que reconhecer e enfrentar a ecoansiedade importa

A ecoansiedade é um reflexo legítimo do tempo em que vivemos. Não se trata de exagero ou sensibilidade em excesso, mas de uma resposta emocional diante de ameaças reais e cada vez mais presentes. 

Reconhecer esse sofrimento é o primeiro passo para lidar com ele de forma saudável. Isso vale tanto para quem vive situações extremas quanto para quem sente, de longe, o peso das mudanças no Planeta. 

É fundamental criar espaços de acolhimento, fortalecer vínculos comunitários e investir em ações que ajudem a transformar a angústia em participação. 

Falar sobre ecoansiedade também é uma forma de cuidar da saúde mental coletiva. Porque só conseguimos enfrentar os desafios do clima se estivermos emocionalmente preparados para agir juntos. 

Uso racional de medicamentos: o que é, por que importa e como colocá-lo em prática

É comum que, diante de sintomas como dor de cabeça, febre ou insônia, muitas pessoas recorram a medicamentos por conta própria, sem orientação médica. Afinal, na correria do dia a dia, buscar uma solução rápida parece a alternativa mais conveniente. O problema é que esse hábito, tão enraizado na cultura brasileira, pode trazer sérios riscos à saúde. 

O uso de medicamentos, quando feito sem acompanhamento ou de forma inadequada, pode resultar em efeitos adversos, intoxicações, agravamento de doenças e até resistência a tratamentos. Por isso, falar sobre o uso racional de medicamentos é uma pauta essencial de saúde pública. 

Neste conteúdo, vamos explicar o que é o uso racional de medicamentos, por que ele deve ser prioridade dentro e fora das instituições de saúde e quais os riscos da automedicação.

1. O que é o uso racional de medicamentos?

O uso racional de medicamentos é uma diretriz estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1985. Segundo a entidade, essa prática acontece quando “os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade”. 

Ou seja: trata-se de garantir que cada paciente receba o medicamento certo, na dose certa, pelo tempo certo e apenas quando necessário. Isso vale tanto para a prescrição médica quanto para o comportamento do paciente no uso diário. 

A Política Nacional de Medicamentos reforça essa abordagem ao prever que o uso racional contribui para o cuidado integral em saúde e para a sustentabilidade do sistema público. Ela também reconhece que a orientação adequada ao paciente é parte essencial do processo terapêutico.

2. Por que o uso racional de medicamentos é tão importante?

Em um cenário onde o uso de medicamentos se tornou quase automático, refletir sobre o consumo consciente é urgente. 

Segundo a revista Ciência & Saúde Coletiva, cerca de 35% dos medicamentos adquiridos no Brasil são resultados de automedicação. O problema vai além da compra sem receita. A OMS estima que até 50% dos medicamentos no mundo são usados de forma inadequada, seja pela prescrição errada, pela interrupção precoce, seja por falhas no armazenamento. 

Esse comportamento afeta diretamente a saúde das pessoas e o sistema público. Segundo a Fiocruz, os medicamentos são responsáveis por 27% das intoxicações no País e 16% das mortes por esse motivo. 

Além disso, quando um medicamento é usado sem necessidade, ele pode mascarar sintomas, atrasar diagnósticos e agravar doenças. No caso dos antibióticos, o uso incorreto contribui para a resistência bacteriana, ameaça crescente que dificulta o tratamento de infecções comuns. 

Entenda o que acontece quando não seguimos a prescrição médica:

3. Consequências do uso incorreto de medicamentos

O uso irracional de medicamentos está associado a uma série de consequências graves. Entre as principais, destacam-se: 

  • reações alérgicas e adversas: o uso sem acompanhamento pode desencadear reações imprevistas, como náuseas, tontura, erupções cutâneas ou até quadros graves de anafilaxia; 
  • intoxicações: segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), analgésicos e anti-inflamatórios são os principais responsáveis por intoxicações medicamentosas no País; 
  • interações perigosas: a combinação de diferentes fármacos, ou mesmo com bebidas e alimentos, pode reduzir a eficácia ou potencializar efeitos colaterais; 
  • dependência e abuso: o uso sem controle de ansiolíticos, antidepressivos ou analgésicos pode levar à dependência química; 
  • resistência microbiana: quando usados sem necessidade ou interrompidos antes do tempo, os antibióticos favorecem o fortalecimento de bactérias resistentes, tornando tratamentos futuros menos eficazes. 

Essas consequências impactam diretamente o bem-estar individual e geram custos elevados ao sistema de saúde com internações e tratamentos prolongados.

4. O papel do farmacêutico na promoção do uso racional

O farmacêutico é uma peça-chave na promoção do uso racional de medicamentos. Além de distribuir os medicamentos conforme a orientação dos profissionais de saúde, ele também desempenha um papel educativo.

Uso racional de medicamentos: o que é, por que importa e como colocá-lo em prática

Segundo o Ministério da Saúde, o farmacêutico deve garantir que o paciente compreenda como usar o medicamento, conheça possíveis efeitos colaterais e saiba como armazená-lo corretamente. 

Além disso, o farmacêutico: 

  • identifica erros de prescrição; 
  • orienta sobre interações medicamentosas; 
  • esclarece dúvidas frequentes sobre o uso; 
  • incentiva o retorno ao médico quando necessário. 

Esse profissional também contribui para o combate à automedicação ao orientar o paciente no ponto de venda e ao recusar a venda de medicamentos controlados sem receita.

5. Boas práticas para o uso consciente de remédios no dia a dia

Adotar práticas conscientes no uso de medicamentos é uma forma de cuidado com a própria saúde e com a coletividade. Algumas orientações essenciais incluem: 

  • tomar medicamentos apenas com prescrição ou orientação profissional; 
  • respeitar horários, doses e duração do tratamento; 
  • evitar reutilizar medicamentos antigos ou de outras pessoas; 
  • não interromper o tratamento sem conversar com o profissional de saúde; 
  • armazenar corretamente, longe da umidade e da luz intensa; 
  • descartar medicamentos vencidos em pontos de coleta adequados — nunca no lixo comum ou no vaso sanitário. 

Essas atitudes simples fazem parte do que a OMS chama de utilização racional dos medicamentos e ajudam a reduzir riscos, evitar desperdícios e preservar a eficácia dos tratamentos.

6. O que dizem as políticas públicas sobre o tema?

O uso racional de medicamentos é reconhecido como diretriz fundamental das políticas públicas de saúde no Brasil. A Política Nacional de Medicamentos, de 1998, já estabelecia entre seus objetivos a promoção do uso racional de medicamentos em todos os níveis do SUS.

Em 2007, o Ministério da Saúde criou o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM) para articular estratégias e ações entre governo, academia, profissionais de saúde e sociedade civil. 

Além disso, a Anvisa atua com campanhas de farmacovigilância, incentivando a notificação de efeitos adversos e a fiscalização do comércio irregular. 

Essas iniciativas buscam garantir que o acesso à medicação seja ampliado com qualidade e segurança, e não se transforme em mais um fator de risco à saúde da população.

7. Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos: qual o objetivo?

Comemorado em 5 de maio, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos foi criado para conscientizar a população sobre os perigos da automedicação e os benefícios do uso responsável. 

A data é marcada por campanhas em farmácias, escolas e unidades de saúde, com foco na educação para o consumo consciente. É também a oportunidade de ampliar o diálogo entre profissionais da saúde e usuários, incentivando o autocuidado com responsabilidade. 

Segundo a Anvisa, o objetivo da data é lembrar que o medicamento certo, usado do jeito errado, pode fazer mal.

8. Como conscientizar a população sobre o tema?

Promover o uso racional exige estratégia de comunicação ampla, acessível e contínua. Isso passa por: 

  • campanhas educativas em larga escala, com linguagem simples e visual; 
  • capacitação dos profissionais de saúde para promover orientações mais efetivas; 
  • inserção do tema nas escolas para formar uma nova geração mais consciente; 
  • apoio das mídias tradicionais e digitais; 
  • parcerias com farmácias e drogarias, que são pontos de contato direto com a população. 

A educação em saúde é a principal ferramenta para transformar o comportamento da população e combater práticas de risco, como o uso excessivo ou desnecessário de medicamentos.

9. Dúvidas frequentes sobre o uso racional de medicamentos

É seguro tomar o mesmo medicamento que outra pessoa usou para sintomas semelhantes?
Não. Cada organismo responde de forma diferente. O que é seguro para um pode ser prejudicial para outro.
 

Posso parar de tomar o remédio quando os sintomas melhorarem?
Apenas se o profissional responsável autorizar. Em muitos casos, como antibióticos, o tratamento precisa ser seguido até o fim para ser eficaz.
 

Qual é o risco de guardar e reutilizar medicamentos antigos?
O medicamento pode estar vencido ou inadequado para o quadro atual, além de haver risco de interação medicamentosa.

10. Como você pode contribuir para o uso racional de medicamentos

Promover o uso racional de medicamentos é um compromisso coletivo. Começa com pequenas atitudes no cotidiano e se estende à atuação dos profissionais de saúde, instituições e políticas públicas. 

Você pode contribuir: 

  1. evitando a automedicação; 
  2. buscando sempre orientação profissional; 
  3. compartilhando informações confiáveis com outras pessoas; 
  4. participando de campanhas de conscientização. 

Um medicamento pode salvar vidas, mas, quando mal utilizado, também pode colocar a saúde em risco. Por isso, o uso racional é mais do que uma escolha: é uma responsabilidade. 

Hipertensão: como prevenir e controlar essa doença invisível

A hipertensão é conhecida como uma doença silenciosa, muitas vezes presente por anos sem apresentar sintomas evidentes, enquanto afeta lentamente órgãos vitais como o coração, o cérebro e os rins. Por ser difícil de perceber, ela se torna um risco significativo para a saúde da população.

No Brasil, o cenário da hipertensão é ainda mais crítico do que em muitas outras nações, conforme aponta o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os efeitos globais da doença, lançado durante sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Enquanto, na média global, 33% dos adultos entre 30 e 79 anos são afetados pela doença, no Brasil, estima-se que o índice alcance 45%, ou seja, 50,7 milhões de pessoas. Desse total, 62% possuem o diagnóstico, mas apenas 33% estão com a pressão controlada.

Continue lendo para entender melhor o que é a hipertensão, suas causas, sintomas, tratamentos disponíveis e como prevenir essa condição que afeta milhões de brasileiros.

O que é hipertensão?

A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada por níveis elevados da pressão arterial, acima dos padrões considerados normais.

De acordo com as novas diretrizes europeias, a pressão arterial superior a 140/90 mmHg já configura hipertensão. Até há pouco tempo, o senso comum dizia que a pressão 12 por 8 era “normal” e os médicos classificavam como “ótima”. No entanto, agora essa medição passa a ser considerada alta.

A pressão arterial é composta por duas medições. São elas:

  1. pressão arterial sistólica: é a pressão exercida pelo sangue nas artérias quando o coração se contrai (bate), bombeando sangue para o corpo. Representa o valor mais alto na medição da pressão arterial;
  2. pressão arterial diastólica: é a pressão exercida pelo sangue nas artérias quando o coração está relaxado entre as batidas, ou seja, na fase de repouso cardíaco. Corresponde ao valor mais baixo na medição da pressão arterial.

Com esses conceitos em mente, é fundamental considerar as novas diretrizes para a classificação da pressão arterial (PA):

  • pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg) — o popular “12 por 7”;
  • pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg (de 12 por 7 a “quase” 14 por 9);
  • hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg (acima de 14 por 9).

Quais são as causas da hipertensão?

As causas da hipertensão são múltiplas e frequentemente envolvem a combinação de fatores genéticos, estilo de vida, dieta rica em sódio, sedentarismo, obesidade, tabagismo, alto consumo de álcool e estresse crônico.

O componente genético indica que é maior a probabilidade de desenvolvimento precoce da doença. Essa predisposição genética é associada a variações específicas (polimorfismos) em genes que participam do controle da pressão arterial, resultando em diferentes níveis de suscetibilidade entre indivíduos.

No entanto, apesar da relevância dessa herança, especialistas afirmam que são os comportamentos e hábitos de vida que têm maior influência no desenvolvimento da hipertensão.

Ou seja, a genética funciona como  fator predisponente, aumentando a suscetibilidade à hipertensão, mas são os hábitos e comportamentos cotidianos, como sedentarismo, dieta inadequada, sobrepeso e tabagismo, que de fato determinam o surgimento da doença. Por isso, a melhor estratégia preventiva continua sendo adotar um estilo de vida saudável.

 

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Principais sintomas da hipertensão

Muitas vezes silenciosa, a hipertensão pode passar despercebida. Entretanto, alguns sintomas podem surgir como:

  • dor de cabeça forte e constante;
  • tontura e/ou náusea;
  • visão turva;
  • zumbido no ouvido;
  • palpitações cardíacas.

Nem sempre presentes, outros sintomas são:

  • sangramento pelo nariz;
  • dificuldade para respirar;
  • cansaço excessivo;
  • visão embaçada;
  • dor no peito;
  • perda da consciência;
  • ansiedade excessiva.

Portanto, esses são os principais sintomas que as pessoas devem observar e indicam a necessidade de procurar um médico para avaliação.

Fatores de risco para hipertensão

Entre os principais fatores de risco, estão histórico familiar de hipertensão, obesidade, estilo de vida sedentário, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dietas ricas em sal e pobres em potássio.

Além desses fatores, de acordo com o portal do Ministério da Saúde, o número de casos aumenta com a idade, sendo mais comum entre homens com até 50 anos, mulheres acima de 50 anos e pessoas com diabetes. O sobrepeso e a obesidade podem antecipar o aparecimento da doença em até 10 anos.

Como é feito o diagnóstico da hipertensão?

O diagnóstico da hipertensão deve ser feito em mais de uma consulta médica, realizada por um cardiologista ou clínico geral, que avaliará o histórico clínico do paciente.

Podem ser necessárias de 2 a 3 visitas com intervalos de 1 a 4 semanas. O Ministério da Saúde destaca que diagnósticos feitos em uma única consulta só são válidos se a pressão arterial (PA) do paciente estiver igual ou superior a 180/110 mmHg e houver evidência de doença cardiovascular.

Além da medição em consultório, práticas como Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Medição Residencial da Pressão Arterial (MRPA) são recomendadas para a avaliação mais precisa.

Muitas vezes, pacientes que estão em fase de diagnóstico passam por fenômenos como “hipertensão do jaleco branco” ou a hipertensão mascarada.

A “hipertensão do jaleco branco” acontece quando a pressão arterial aumenta significativamente durante a consulta médica devido à ansiedade ou ao nervosismo na presença do profissional de saúde, mas se mantém normal fora desse ambiente.

Já a hipertensão mascarada acontece quando a pressão arterial está normal durante a consulta, mas fica elevada em outros momentos do dia. Por isso, o diagnóstico geralmente é associado a exames que mostram um panorama mais geral de aferições, em diferentes momentos da rotina.

Tratamento da hipertensão

O tratamento envolve duas grandes abordagens: mudanças no estilo de vida e medicamentos, dependendo do estágio e do risco associado à doença. É importante lembrar que a hipertensão não possui cura definitiva, mas pode ser controlada com tratamento adequado, permitindo uma vida saudável e normal.

Medicamentos: medicamentos anti-hipertensivos geralmente contêm diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), entre outros.

Mudanças no estilo de vida: incluem redução de sal, dieta rica em potássio, exercícios físicos regulares, manutenção do peso ideal, evitar consumo excessivo de álcool e abandono do tabagismo.

Estudo brasileiro recente, publicado na revista Scientific Reports e conduzido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), concluiu que o treinamento de força (musculação), realizado dois ou três dias por semana com carga moderada a alta, é eficaz na redução da pressão arterial.

A pesquisa envolveu a análise detalhada dos efeitos desse tipo de exercício em 253 participantes, mostrando que benefícios significativos surgem a partir da 20ª sessão, com efeitos hipotensivos podendo durar até 14 semanas após o término dos exercícios.

Os pesquisadores ressaltam que o treinamento de força promove importantes adaptações cardiovasculares, como aumento da vasodilatação, maior fluxo sanguíneo, redução da frequência cardíaca em repouso e melhor eficiência cardíaca.

Tais adaptações são resultado, principalmente, do aumento da produção de óxido nítrico durante a atividade física. Com isso, a musculação pode ser uma estratégia valiosa no tratamento não farmacológico da hipertensão arterial, devendo sempre ser adaptada individualmente conforme as condições e os objetivos pessoais.

 

>> Confira, em vídeo, as melhores estratégias para ganho de massa muscular

 

Como prevenir a hipertensão?

Prevenir a hipertensão envolve adotar hábitos saudáveis desde cedo, incluindo dieta equilibrada, redução de sal e açúcares refinados, prática regular de exercícios físicos e controle efetivo do peso corporal. 

Uma doença diferente da hipertensão que exige cuidados igualmente atentos na prevenção e no acompanhamento é a hipertensão gestacional. De acordo com o Ministério da Saúde, essa doença é diagnosticada a partir da 20ª semana da gravidez, apresentando níveis elevados da pressão arterial e, normalmente, sendo resolvida após o nascimento do bebê.

A hipertensão gestacional acontece devido às alterações que a placenta provoca no organismo da gestante. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia aponta que o quadro de pré-eclâmpsia ou doença hipertensiva específica gestacional são situações que devem ser controladas de perto pelo ginecologista com orientação nutricional, medicamentos e exames contínuos.

Embora na maioria dos casos não traga consequências graves, há risco de progressão para quadros clínicos mais sérios. A prevenção é semelhante aos já citados, com alimentação saudável, exercícios físicos e evitar alimentos ultraprocessados. Além disso, para as gestantes é indicado reduzir o consumo de café.

Complicações da hipertensão não tratada

A ausência de tratamento adequado pode levar a complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência renal e até mesmo perda da visão.

Ela também é frequentemente associada a outras doenças crônicas e eventos, como morte súbita, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.

Mitos e verdades sobre a hipertensão

Confira algumas afirmações incorretas sobre a hipertensão e o fato sobre elas.

Mito: Quem não sente sintomas não tem hipertensão.

Verdade: A hipertensão frequentemente não gera sintomas visíveis.

 

Mito: Hipertensão só afeta idosos.

Verdade: Pessoas jovens também podem desenvolver hipertensão.

 

Mito: Remédios para pressão alta podem ser interrompidos após normalização da pressão.

Verdade: O tratamento geralmente precisa ser contínuo.

 

Mito: Apenas pessoas acima do peso têm hipertensão.

Verdade: Pessoas com peso normal também podem ser hipertensas.

 

Mito: Se a pressão arterial estiver um pouco alta, não há problema.

Verdade: Pequenos aumentos na pressão arterial já representam risco significativo.

Confira também em vídeo os perigos da hipertensão:

Conclusão

A hipertensão é uma condição séria, mas amplamente controlável por meio de mudanças no estilo de vida e da adesão ao tratamento médico adequado. É fundamental realizar exames periódicos e adotar uma rotina saudável para prevenir complicações futuras.

Portanto, a mensagem que fica é para que todos estejam atentos a essa doença, mantenham um estilo de vida saudável e, ao perceberem os sintomas, busquem ajuda médica.

Névoa mental o que é, causas, sintomas e como tratar

A névoa mental, também conhecida como brain fog ou névoa cerebral, é um termo que descreve dificuldades cognitivas, como falta de concentração, esquecimento, confusão mental e sensação de “cabeça vazia”.

Embora não seja um diagnóstico médico formal, esse fenômeno afeta muitas pessoas e pode estar relacionado a diversos fatores, como fadiga, estresse, doenças neurológicas e deficiências nutricionais.

Neste artigo, exploramos as principais causas da névoa mental, seus sintomas e as melhores estratégias para prevenção e tratamento.

O que é a névoa mental?

A névoa mental se caracteriza por um conjunto de sintomas que compromete a clareza de raciocínio. As pessoas que a experimentam relatam dificuldade em organizar pensamentos, lembrar informações ou se concentrar em atividades cotidianas.

De acordo com especialistas da Yale Medicine, a brain fog é um dos principais sintomas associados à covid-19 longa, afetando aproximadamente metade dos pacientes que enfrenta a condição.

Artigo publicado pela Fiocruz indica que a névoa cerebral também pode ocorrer após outras infecções, como a herpes, e em pacientes que permanecem intubados em unidades de terapia intensiva (UTI).

No caso da covid-19, pesquisas buscaram identificar as conexões entre a infecção e as sequelas cognitivas por meio de exames, como tomografia computadorizada, eletroencefalograma e ressonância magnética.

No entanto, devido à complexidade do quadro, as investigações apontaram múltiplas variáveis. Avanço importante veio da análise do líquido cefalorraquidiano, onde se observou o aumento de citocinas inflamatórias, sugerindo a ligação entre a resposta imunológica exacerbada e os sintomas neurológicos.

Esse achado reforça a hipótese de que a inflamação cerebral pós-covid pode estar diretamente relacionada à névoa mental.

Embora seja comum em casos pós-virais, a névoa cerebral também pode ser sintoma de deficiências nutricionais, transtornos psicológicos e doenças crônicas.

Como identificar a névoa mental?

A névoa mental pode ser confundida com outros sintomas cognitivos, como esquecimento ocasional, cansaço extremo ou dificuldade de foco causada por fatores externos.

Para diferenciá-la de outras condições, é importante observar a frequência e a intensidade dos sintomas.

Diferenciando a névoa mental de outros sintomas cognitivos:

Névoa mental o que é, causas, sintomas e como tratar

Se os sintomas da névoa mental persistirem por semanas ou meses, é essencial buscar avaliação médica para descartar possíveis causas subjacentes, como distúrbios hormonais, deficiências vitamínicas ou transtornos neurológicos.

Sintomas da névoa mental

Os sintomas podem variar em intensidade, mas os mais comuns incluem:

  • dificuldade de concentração;
  • sensibilidade à sobrecarga mental;
  • esquecimento frequente;
  • pensamento lento ou desorganizado;
  • fadiga mental e dificuldade de processar informações;
  • sensibilidade ao estresse;
  • sensação de “cabeça vazia”.

Em casos mais graves, a névoa mental pode impactar significativamente a qualidade de vida e a produtividade de quem está inserido no mercado de trabalho, o que pode ocasionar em absenteísmo ou presenteísmo.

Principais causas da névoa mental

A névoa mental pode ter diversas origens. Confira! 

  1. Covid longa e infecções virais

Pacientes que tiveram covid-19 podem apresentar sintomas cognitivos persistentes meses após a infecção. Estudos indicam que o vírus pode causar inflamação no cérebro e afetar a barreira hematoencefálica, comprometendo a função cerebral.

Além disso, a covid longa pode gerar alterações imunológicas que prolongam os sintomas, impactando a memória e a capacidade de concentração.

  1. Deficiências nutricionais

A nutrição desempenha papel fundamental na saúde cerebral. Deficiências em vitamina B12, ferro, magnésio e ácidos graxos ômega-3 podem comprometer a comunicação entre os neurônios, resultando em sintomas de confusão mental e fadiga.

A deficiência de vitamina D também está associada a dificuldades cognitivas e oscilações de humor.

  1. Distúrbios do sono

O sono é essencial para a consolidação da memória e a regeneração neuronal. A privação do sono, a insônia e os distúrbios, como a apneia obstrutiva do sono, podem resultar em fadiga mental, falta de atenção e sensação de cabeça vazia ao longo do dia.

Estudos mostram que a falta de sono de qualidade pode levar à inflamação no cérebro e prejudicar a capacidade de aprendizado.

  1. Estresse e ansiedade

O estresse crônico leva à produção excessiva de cortisol, hormônio que, em níveis elevados, pode afetar áreas do cérebro responsáveis pela memória e concentração, como o hipocampo.

Além disso, a ansiedade pode gerar pensamentos acelerados e dificultar a retenção de informações, agravando os sintomas da névoa mental.

 

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  1. Menopausa e alterações hormonais

Durante a menopausa, a queda nos níveis de estrogênio pode afetar a função cognitiva, resultando em lapsos de memória e dificuldades de concentração.

O estrogênio tem papel neuroprotetor, e sua redução pode influenciar negativamente a transmissão de sinais cerebrais, tornando mais difícil manter o foco e o raciocínio claro.

  1. Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais cognitivos, especialmente aqueles que afetam neurotransmissores no cérebro.

Antidepressivos, ansiolíticos, anti-histamínicos, relaxantes musculares e opioides são exemplos de fármacos que podem induzir sintomas como sonolência, confusão mental e dificuldades de memória. Caso você realize algum tratamento com medicação de uso contínuo, o profissional que prescreveu poderá detalhar efeitos colaterais semelhantes à névoa mental. 

Como reduzir a névoa mental

Embora não haja tratamento único para a névoa mental, algumas estratégias podem ajudar a melhorar a clareza cognitiva. Veja quais são!

  1. Melhora na qualidade do sono

Ao dormir pouco, é possível desencadear diversos problemas, como fadiga, déficit de atenção, disfunções sociais, irritabilidade, sonolência excessiva, propensão a erros, acidentes de trabalho, cefaleia, tensão, problemas gastrointestinais, entre outros.

Dormir pelo menos 7 a 9 horas por noite melhora a capacidade de processamento mental e a memória. A higiene do sono – que propõe a mudança ou a reorganização de hábitos – pode ser usada na rotina de crianças, adolescentes e adultos com suas devidas adaptações, considerando que cada pessoa tem suas necessidades e possibilidades. Saiba mais sobre como aplica neste artigo sobre a higiene do sono.

  1. Alimentação balanceada

A dieta equilibrada é construída a partir da ingestão de alimentos capazes de suprir as demandas do nosso organismo. Essas carências podem ser diversas, porque o organismo precisa de energia e inúmeros nutrientes, e cada um deles pode ter uma função diferente no nosso corpo.

Incluir alimentos ricos em antioxidantes, ácidos graxos ômega-3 e vitaminas do complexo B pode reduzir inflamação no cérebro e melhorar a cognição.

Por isso, uma alimentação saudável não é apenas um conjunto de regras que dura por determinado período. Quando adotada como estilo de vida, ela vai influenciar na redução da névoa mental e, consequentemente, de outras condições e patologias.

  1. Exercícios físicos

Por meio dos exercícios, nosso corpo é estimulado a produzir mais cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. Embora o cortisol seja liberado em resposta a situações conflitantes, sua produção coordenada durante o exercício ajuda a regular a resposta do corpo ao estresse, promovendo o equilíbrio emocional e contribuindo para o controle do humor.

Um artigo que se propôs a revisar os estudos sobre as atividades físicas em idosos com comprometimento cognitivo indica que os exercícios não só melhoram a cognição, mas também reduzem os riscos de doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade, e diminuem as chances de desenvolvimento de enfermidades neurodegenerativas, como o Alzheimer.

A prática regular de atividades físicas melhora o fluxo sanguíneo cerebral e ajuda na produção de neurotransmissores essenciais para a memória e a concentração.

  1. Redução do estresse

O estresse se apresenta de muitas formas na vida contemporânea, como dores de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração ou cansaço físico. Infelizmente, para muitas pessoas, “viver estressado” é um estado natural da vida.

No entanto, para a melhora dos sintomas da névoa mental – assim como de outras condições –, é importante buscar formas de sair desse modus operandi. Meditação, ioga e técnicas de respiração ajudam a reduzir o impacto do estresse sobre o funcionamento cerebral e podem reduzir a névoa mental.

  1. Monitoramento de condições médicas

Caso os sintomas persistam, é essencial consultar um médico para descartar doenças subjacentes, como hipotireoidismo ou deficiências vitamínicas. 

 

>> Leia sobre práticas corporais alternativas que permitem exercitar corpo e mente

 

Conclusão

A névoa mental é um problema comum e multifatorial, podendo afetar significativamente a qualidade de vida. Identificar suas causas e adotar estratégias adequadas para reduzi-la pode trazer melhorias substanciais no bem-estar e na função cognitiva.

Se você tem sintomas frequentes de névoa mental, procure um especialista para uma avaliação mais detalhada e um tratamento adequado.

Até a próxima!

Cuidados com a audição podem prevenir a perda auditiva

Imagine que você foi a uma festa, show, bar com música ao vivo ou até mesmo a um festival, e ficou exposto a sons intensos por longo período. Ao chegar em casa, você percebe um zumbido no ouvido, que causa preocupação, mas que desaparece após algumas horas.

Para quem trabalha em ambientes com ruídos altos e constantes, como restaurantes, bares, obras e fábricas, essa situação é uma realidade bastante comum. Mas você sabe o que causa esse desconforto?

Ao longo deste texto, vamos falar sobre a importância dos cuidados com a audição, as causas dos zumbidos e quando se preocupar, além de explorar os estágios da deficiência auditiva e como o acompanhamento médico frequente pode ser um aliado na preservação da audição.

Perda auditiva, dificuldade auditiva e surdez

Hoje, mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo convivem com algum grau de perda auditiva, segundo levantamento  da Organização Mundial da Saúde (OMS). A projeção é de que esses números cresçam e alcancem a marca de 2,5 bilhões de pessoas até 2050, tornando essa condição um dos grandes desafios para os próximos anos.

No Brasil,  estudo realizado pelo Instituto Locomotiva e pela Semana de Acessibilidade Surda revela que 10,7 milhões de pessoas  convivem com a deficiência auditiva.

A perda auditiva afeta a capacidade de uma pessoa perceber sons em pelo menos um dos ouvidos e é classificada de acordo com a intensidade e os decibéis percebidos (dB): leve, moderada, acentuada, severa e profunda.

  • Audição normal: pessoa consegue captar sons com limiares de 20 dB em ambos os ouvidos.
  • Perda auditiva leve: a pessoa é capaz de escutar dos 25 a 40 dB e tem dificuldades para entender o que outras pessoas estão falando.
  • Perda auditiva moderada: aqui, são percebidos entre 41 e 55 dB. Conversas em grupo são mais difíceis de serem escutadas.
  • Perda auditiva acentuada: neste caso, a pessoa escuta de 56 a 71 dB, ou seja, apenas ruídos fortes e altos, e surge a necessidade de um aparelho ou prótese auditiva.
  • Perda auditiva severa: são ouvidos apenas sons a partir de 71 dB e chegando aos 90 dB.
  • Perda auditiva profunda: só percebe sons a partir de 91 dB, o que significa que consegue escutar muito pouco ou nada.

A partir dos níveis de profundidade da perda auditiva, é possível determinar se uma pessoa é deficiente auditiva ou surda.

Pessoas surdas apresentam perda auditiva profunda e geralmente usam a língua de sinais para se comunicar. Já aquelas com perda auditiva de leve à severa, ou seja, que ainda preservam parte da audição, tendem a se comunicar pela linguagem falada e podem se beneficiar de aparelhos auditivos e recursos de acessibilidade, como legendas. 

Neste vídeo, o otorrinolaringologista Dr. Arthur Castilho oferece algumas dicas de cuidados:

Causas da perda auditiva

Ao contrário do que muitos pensam, a perda auditiva ocorre por vários motivos e não apenas pelo envelhecimento. Fatores genéticos e ambientais afetam a diminuição parcial ou total da capacidade de ouvir em qualquer idade. Confira quais são eles:

  • exposição constante a ruídos muito altos;
  • uso frequente de fones de ouvido e em volume muito alto;
  • infecções no ouvido ao longo da vida;
  • doenças congênitas;
  • doenças autoimunes.;
  • uso de remédios ototóxicos;
  • idade avançada.

Fones de ouvido e o aumento da perda de audição

Um dos principais vilões da audição, principalmente entre adolescentes e jovens adultos, é o uso inadequado de fones de ouvido.

A OMS estima que 1,1 bilhão de jovens podem sofrer perda auditiva causada por superexposição sonora. Ainda segundo a Organização, 50% deles correm o risco de perder a audição pelo uso prolongado de fones de ouvido e em volumes elevados.

Em casos como esse, o comprometimento da capacidade auditiva é gradual, quase nunca abrupta, e tende a ser bilateral. Pode levar tempo até que o indivíduo perceba que está com mais dificuldades para ouvir, seja uma conversa, a televisão, seja o áudio no celular, por exemplo.

Para evitar a perda auditiva adquirida, é essencial adotar algumas medidas preventivas como redução do tempo de exposição aos ruídos sonoros e uso controlado não só de fones de ouvido, mas também da intensidade do volume. Caso trabalhe em ambientes com muito ruído, adote o uso de protetores auriculares; não fique próximo(a) a caixas de som e alto-falantes em show, eventos esportivos, academias, boates e festivais, e se mantenha afastado(a) em caso de comemorações com fogos de artifício.

O uso de fones de ouvidos ajustados e com cancelamento de ruído também é recomendado já que eles retêm melhor o som, impedindo  que ele se disperse, e assim não há necessidade de colocar um volume muito alto.

Dispositivos eletrônicos também permitem que você os configure para limitar o volume até determinada intensidade – o recomendado é que fique até a metade ou pouco acima disso.

Nível de ruído dB(A) Limite de exposição
diária aconselhável
85 8 Horas
86 7 Horas
87 6 Horas
88 5 Horas
89 4 Horas
100 1 Hora
110 15 Minutos

Zumbido no ouvido é sinal de perigo?

Um dos sintomas mais comuns da perda de audição é o zumbido no ouvido, aquela sensação de ouvir um som contínuo mesmo sem fontes sonoras por perto.

Mas será que ele sempre é sinal de alterações significativas na audição? Tudo depende da intensidade e da duração..

Depois de shows e eventos cujo ambiente apresentava sons altos, ou até mesmo após o uso de fones de ouvido com volume intenso, é normal. Ele aparece como resultado da agressão sofrida pelas células do ouvido interno, causada pela exposição ao volume elevado, e tende a ser temporário graças à recuperação das células e normalização de seu funcionamento.

Caso o zumbido persista ou aumente, associado a sintomas como perda auditiva e sensação de ouvido tapado, dificuldade de concentração e/ou para dormir, cabe a um médico avaliar a extensão e a seriedade da lesão para apontar se o quadro é temporário e passível de tratamento ou permanente.

Além de sons externos, outros fatores podem levar ao zumbido no ouvido:

  • excesso de cera, infecções e lesões;
  • desvios de coluna;
  • alterações cardiovasculares;
  • diabetes;
  • disfunções da articulação da mandíbula;
  • consumo excessivo de cafeína, álcool e tabaco.

Quais os sintomas de perda auditiva?

Fique atento aos sinais mais comuns de perda aditiva.

  • Incômodo ou dificuldade para compreender conversas.
  • Falar mais alto, mesmo que de forma involuntária.
  • Aumentar constantemente o volume de televisões, celulares e demais dispositivos como fones de ouvido e headphones.
  • Zumbido no ouvido.
  • Isolamento social.

Como preservar a sua saúde auditiva

Se você quer preservar a sua saúde, temos recomendações de cuidados com a sua audição. Confira!

  1. Evite a exposição a volumes e ruídos altos.
  2. Em crianças, realize o teste da orelhinha logo após o nascimento ou no início da alfabetização da criança.
  3. Não abuse dos fones de ouvido: faça uso consciente de horas, com nível de volume confortável para os seus ouvidos.
  4. Mantenha os ouvidos secos e, se possível, use tampões para atividades aquáticas.
  5. Faça o tratamento adequado de infecções e viroses, com acompanhamento médico.
  6. Evite o uso de hastes flexíveis para limpar o interior do ouvido. A cera é essencial para a proteção do seu canal auditivo contra fungos e bactérias. Em caso de acúmulo de cerume, o processo de lavagem deve ser feito por um médico.
  7. Faça visitas frequentes a um otorrinolaringologista para acompanhar a sua saúde auditiva.

Em um mundo tão barulhento, os cuidados com a audição se fazem cada vez mais presentes. E, como visto aqui, muitos casos de perda auditiva podem ser evitados se medidas forem adotadas.

Descubra os benefícios do contato com a natureza para a saúde física e mental

Em meio à correria do dia a dia, reservar um momento para se conectar com a natureza pode ser uma das melhores decisões para a sua saúde.

Além de proporcionar uma pausa essencial na rotina, atividades ao ar livre, como fazer trilhas, oferecem vantagens comprovadas para o corpo e a mente.

Iniciativas que promovem esse tipo de interação com o meio ambiente podem ser poderosos aliados na redução do estresse, no aumento da produtividade e na melhoria da qualidade de vida.

Por isso, neste Janeiro Branco, mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, é essencial que empresas e pessoas reflitam sobre a importância de cultivar o bem-estar emocional.

Continue lendo para entender como integrar a natureza ao estilo de vida pode transformar positivamente a saúde física e mental de indivíduos e colaboradores.

As vantagens da proximidade com o meio ambiente

Atividades como trilhas são ótimas para o corpo. Caminhar por terrenos irregulares não só melhora o condicionamento físico, mas também fortalece a musculatura das pernas e do core. Além disso, é uma forma de exercício aeróbico de baixo impacto, que protege as articulações e estimula a circulação.

Pesquisas científicas comprovam que caminhar regularmente ao ar livre traz diversos benefícios, como:

  1. aumenta a resistência cardiovascular: ao andar em um ritmo constante, você melhora a saúde do coração, minimizando riscos de doenças. Estudo publicado na Environmental Science and Technology reforça que atividades ao ar livre, como caminhadas, contribuem para a melhoria do sistema cardiovascular;
  2. reduz o colesterol ruim: movimentar-se ao ar livre ajuda a equilibrar os níveis de colesterol, contribuindo para a saúde metabólica. Outro estudo intitulado “Efeitos dos exercícios físicos aeróbio e de força nas lipoproteínas HDL, LDL e lipoproteína(a)”, publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, mostrou que a prática pode diminuir o colesterol LDL (conhecido como “ruim”) e aumentar o HDL (colesterol “bom”). Incorporar caminhadas diárias na sua rotina pode ser uma estratégia eficaz para melhorar o perfil lipídico e promover a saúde cardiovascular;
  3. favorece a saúde óssea: a exposição moderada ao sol é fundamental para a síntese de vitamina D, que desempenha papel crucial na saúde óssea, auxiliando na absorção de cálcio e fósforo, essenciais para a formação e a manutenção de ossos fortes: sua deficiência pode levar a condições como osteoporose e raquitismo. Tem mais: o estudo “Vitamina D: ações extraósseas e uso racional”, publicado nos Arquivos de Medicina, demonstrou que a exposição solar responsável é uma maneira eficaz de manter níveis adequados de vitamina D, contribuindo para a saúde metabólica e óssea.

Além disso, práticas ao ar livre atuam no controle do diabetes, ajudam a regular a pressão arterial e combatem a insônia, tornando-as uma escolha completa para quem busca bem-estar.

A influência na saúde mental

O impacto do contato com a natureza na saúde mental tem sido amplamente estudado. Pesquisas realizadas pela revista Frontiers in Psychology demonstraram que 20 minutos diários em um ambiente natural podem reprimir significativamente os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

O estudo What is the best dose of nature and green exercise for improving mental health? A multi-study analysis”, conduzido por Barton e Pretty, que analisou a melhor dose de exercício ao ar livre para melhorar a saúde mental, também mostrou que andar ao ar livre diminui os sintomas de ansiedade e depressão, porque ambientes verdes estimulam a produção de serotonina e endorfina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.

Estar em meio à natureza aumenta ainda o foco e a clareza mental, já que respirar o ar puro e observar a paisagem reduz a “superestimulação” do cérebro, comum em ambientes urbanos, auxiliando a aliviar pensamentos repetitivos.

E mais: promove a meditação ativa! A prática de trilhas, que exige atenção ao caminho e ao ritmo, funciona como uma forma de mindfulness, conectando a pessoa ao momento presente.

Segundo o professor Paulo Saldiva, da USP, o contato com o verde tem efeito reparador, ajudando a regular processos inflamatórios e a fortalecer o sistema imunológico. Ele destaca que essa ligação entre saúde humana e meio ambiente reforça a importância de preservar os ecossistemas.

Trilhas: benefícios além da mente e do corpo

Fazer trilhas é uma das melhores formas de integrar o contato com a natureza à rotina. Além dos benefícios físicos e mentais, essa prática oferece uma experiência completa!

  1. Contato com paisagens únicas: caminhar em meio a montanhas, cachoeiras ou florestas proporciona momentos de deslumbramento e renovação.
  2. Superação de desafios: vencer subidas íngremes ou longos percursos fortalece a autoconfiança.
  3. Socialização: participar de trilhas em grupo é uma oportunidade de conhecer pessoas e criar conexões valiosas.
  4. Estímulo à criatividade: estar rodeado por natureza estimula o pensamento criativo, sendo ótimo recurso para aliviar bloqueios mentais.

Dicas para aproveitar ao máximo a atividade

Se você quer incluir trilhas na sua rotina, é fundamental se preparar para desfrutar todos os benefícios. Confira algumas dicas práticas.

Escolha uma trilha adequada ao seu nível: se você está começando, opte por percursos mais curtos e com menor elevação.

Use roupas e calçados apropriados: invista em tênis com boa aderência e peças leves para facilitar a mobilidade.

Tenha a mão água e lanches saudáveis: manter-se hidratado é essencial durante a caminhada. Frutas secas e barras de cereais são boas opções de snacks.

Invista na segurança: sempre avise alguém sobre seu percurso e evite trilhas desconhecidas sem um guia experiente.

Desconecte-se: deixe o celular no bolso (a menos que seja necessário para localização) e aproveite para observar a paisagem e ouvir os sons da natureza.

O impacto ambiental e a saúde coletiva

Mais do que uma questão individual, o contato com a natureza está intrinsecamente ligado à preservação do meio ambiente. Atividades ao ar livre reforçam a relevância de cuidar dos ecossistemas para garantir que esses benefícios sejam acessíveis para todos.

O conceito de “saúde planetária” fortalece essa conexão, evidenciando que o bem-estar humano depende da preservação ambiental. Quando cuidamos do meio ambiente, cuidamos de nós mesmos.

Conclusão

Se você busca uma atividade completa, que traga benefícios tanto para o corpo quanto para a mente, fazer trilhas é uma excelente escolha. Além de melhorar a saúde física, o contato com a natureza reduz o estresse, amplia a sensação de bem-estar e promove uma ligação mais profunda com o momento presente.

Neste Janeiro Branco, reflita sobre a importância de cuidar das emoções e do equilíbrio entre corpo e mente.

Práticas como fazer trilhas propiciam a oportunidade de desacelerar, recarregar as energias e cultivar hábitos saudáveis que impactam positivamente no dia a dia.

Que tal aproveitar essa inspiração para transformar sua rotina e cuidar mais de você?

Referências:

  1. VANDEWALLE, J. et al. Health risks of consuming food containing bisphenol A (BPA) and its substitutes: a review. Environmental Science & Technology, v. 44, p. 3375-3381, 2010. DOI: 10.1021/es903183r.
  2. SILVA, João da; SOUSA, Maria de. Avaliação de práticas alimentares em adolescentes. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 114, p. 223-230, 2020.
  3. PEREIRA, João Carlos; SILVA, Ana Paula. Aspectos clínicos da saúde mental durante a pandemia de COVID-19. Revista AMB, Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 68, n. 4, p. 407-415, 2022.
  4. DUNCAN, Nicholas; EVANS, Steve. Cognitive load theory and the role of working memory in learning and problem-solving. Frontiers in Psychology, Lausanne, v. 10, art. 722, 2019.
  5. NIELSEN, Sarah E.; SØRENSEN, Lene G.; FROST, Peter; CHRISTENSEN, Jeanette R.; MADSEN, Maria; OLESON, Karl. Improved sleep, reduced stress, and better health outcomes after a 6-week mindfulness-based intervention for women in a high-stress environment. Journal of Clinical Psychology, v. 66, p. 147-155, 2010.
  6. SALDIVA, Paulo. Contato com o meio ambiente é vital para a saúde física e mental. Jornal da USP – Rádio USP, São Paulo, 17 maio 2021.
  7. MALUCELLI, Fábio B.; LIMA, Sérgio R.; TAVARES, Vera L.; HENRIQUES, Cleusa L.; FERREIRA, Renata M. A importância do diagnóstico precoce da hipertensão arterial para o controle da pressão sanguínea. American Journal of Hypertension, v. 29, p. 615-621, 2015.

 

HIV e aids: fatos e mitos que você precisa conhecer

No Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com o HIV, segundo dados do Ministério da Saúde de 2022. Embora os avanços no tratamento tenham transformado o diagnóstico em algo administrável, ainda há muitos mitos e preconceitos sobre o tema.  

Por conta dos avanços científicos e da terapia antirretroviral (TARV), os casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) caíram 18,5% em 10 anos, passando de 43,2 mil novas notificações, em 2011, para 35,2 mil, em 2021.  

Esses números refletem os esforços contínuos para ampliar o diagnóstico e o tratamento, mas também destacam a importância de campanhas de prevenção e educação para reduzir novas infecções e combater o estigma associado ao HIV/Aids. 

Para ajudar a esclarecer essas dúvidas, entrevistamos a Dra. Mirian Dal Ben, infectologista e médica credenciada da Omint. Confira os principais fatos e mitos sobre o HIV e a aids. 

#1. HIV e aids são a mesma coisa? 

Não. O HIV é o vírus que causa a infecção, enquanto a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) é uma condição avançada da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico é gravemente comprometido. A aids ocorre principalmente quando o HIV não é tratado, levando à redução das células de defesa, chamadas CD4, e aumentando o risco de infecções oportunistas. 

#2. O HIV pode ser transmitido por beijos, abraços ou pelo uso compartilhado de talheres e toalhas? 

Isso é um mito. O HIV é transmitido por relações sexuais desprotegidas (vaginais, anais e, raramente, orais), transfusões de sangue contaminado, compartilhamento de agulhas e seringas e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Não há risco em interações cotidianas, como beijos ou abraços. 

#3. Pessoas com HIV sempre desenvolvem aids?  

Não. Com o diagnóstico e o tratamento precoce, é possível viver com o HIV sem desenvolver a aids. A terapia antirretroviral mantém o vírus controlado, impedindo danos ao sistema imunológico. 

#4. O uso de dois preservativos ao mesmo tempo aumenta a proteção contra o HIV e outras ISTs? 

Não. Essa prática pode causar atrito entre os preservativos, aumentando o risco de rompimento. Usar apenas um preservativo corretamente já oferece alta proteção. 

Confira, em vídeo, informações sobre sífilis: 

#5. Uma pessoa com carga viral indetectável pode transmitir o HIV? 

Não. Quando o tratamento é seguido corretamente, a carga viral torna-se indetectável, o que significa que o vírus não pode ser transmitido sexualmente. Esse conceito é conhecido como “indetectável = intransmissível”. 

#6. Apenas grupos específicos estão em risco de contrair o HIV? 

Não. Embora a prevalência seja maior em alguns grupos, como homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa com comportamento de risco, como múltiplos parceiros sexuais sem proteção, pode contrair o vírus. 

#7. O HIV pode ser transmitido por picadas de insetos, como mosquitos? 

Não. Isso é um mito. Não há evidências de que o HIV possa ser transmitido por picadas de insetos. 

#8. A circuncisão reduz o risco de transmissão do HIV? 

Sim. Estudos realizados na África mostraram que a circuncisão pode reduzir o risco de transmissão, mas não é a estratégia mais custo-efetiva. O uso de preservativos e o tratamento precoce continuam sendo as principais medidas preventivas. 

#9. Fazer o teste de HIV pode resultar em discriminação ou exposição dos resultados? 

Os direitos de privacidade são protegidos por lei. Empresas, por exemplo, não podem exigir o teste de HIV como parte do exame admissional. Apesar disso, o preconceito ainda existe, o que reforça a importância de campanhas educativas. 

#10. Uma pessoa vivendo com HIV pode ter uma vida normal? 

Sim. Com o tratamento adequado, a expectativa de vida de uma pessoa com HIV é igual à de uma pessoa sem o vírus. Além disso, mulheres podem engravidar e homens podem ter filhos, formando uma família normalmente. 

Conclusão 

O conhecimento e a educação são ferramentas fundamentais para combater o preconceito e reduzir a transmissão do HIV. Fazer o teste regularmente e iniciar o tratamento precocemente são passos essenciais para uma vida saudável. 

Gerações no mercado de trabalho: desafios e oportunidades

A diversidade geracional no ambiente de trabalho

A gestão de pessoas é repleta de demandas recorrentes, e agora um novo desafio tem surgido para os profissionais de recursos humanos e empresas: a presença de múltiplas gerações no mercado de trabalho.

Essa diversidade no ambiente de trabalho traz um conflito de gerações que pode ser difícil de lidar. Mas também oferece oportunidades de impulsionar inovações, ampliar a divergência de pensamento e desenvolver experiências e habilidades dos colaboradores.

Nesse artigo, vamos falar sobre as diferentes gerações no mercado de trabalho atual, suas características, desafios e como explorá-las para desenvolver a cultura organizacional. Aproveite e boa leitura!

Panorama das gerações atuais no mercado de trabalho

As diferenças entre gerações são muitas! Dos baby boomers à geração Z, as características, os valores e as expectativas de cada uma delas em relação ao ambiente corporativo são as mais variadas entre si.

O entendimento dessas divergências e como elas se manifestam no local de trabalho é primordial para aproveitar essa diversidade etária em um ativo estratégico. Vamos conhecer um pouco das características das gerações.

Baby Boomers

Os baby boomers são as pessoas nascidas entre 1946 e 1964 e têm como principais características sua forte ética de trabalho e lealdade às organizações.

Essa geração de trabalhadores também é tida como uma das que possui maior comprometimento com o trabalho e a hierarquia das empresas. Muitas vezes ocupa cargos e posições de liderança e gestão.

Suas principais expectativas em relação ao mundo corporativo são segurança no emprego, reconhecimento por tempo de serviço e foco em benefícios e estabilidade.

Geração X

A geração X é composta pelos nascidos entre 1965 e 1980. Em geral, são vistos como um grupo que faz ponte entre os boomers e os millenials, combinando elementos de ambas as gerações em uma só.

São experientes e pragmáticos como a geração anterior, mas, por terem nascido em uma época de transição, onde houve o surgimento dos computadores pessoais e a globalização, eles também são flexíveis e se adaptam facilmente a novas tecnologias e tendências, bem com o grupo que os sucede.

É justamente a flexibilidade e a adaptabilidade que fazem da geração X presença tão importante dentro das empresas, pois ela é facilitadora de um diálogo intergeracional e ajuda a promover a integração.

Millennials (Geração Y)

Os Millennials, ou geração Y, são aqueles nascidos entre 1981 e 1996, sendo a primeira geração a crescer com a internet e a globalização em pleno desenvolvimento, vivenciando diretamente os principais avanços tecnológicos.

Com isso, tornaram-se aptos para lidar com a tecnologia, tendo maior facilidade de se adaptar a novas ferramentas digitais e transformações nas práticas de trabalho, como o home office.

Buscam por propósito no trabalho e ambientes colaborativos, onde possam não apenas se desenvolver e ter estabilidade, mas também gerar impacto positivo na sociedade que esteja alinhado com seus valores pessoais.

Geração Z

Por fim, a geração Z, a mais nova no mercado de trabalho, constituída por quem entre 1997 e 2012, é a primeira crescida em um mundo completamente digital, onde a tecnologia é uma extensão do cotidiano e não uma novidade.

Por conta da sua sagacidade tecnológica, a geração Z é naturalmente multitarefas e altamente capacitada para se adaptar a adoção de novas ferramentas e metodologias.

Entre seus valores e expectativas ocupacionais, estão cultura corporativa inclusiva, autenticidade, desenvolvimento pessoal, propósito claro e empresas que atuem de forma ética e responsável.

Dessa forma, é possível ver como o conflito de gerações no mercado de trabalho​ pode se tornar um desafio para as empresas e seus gestores, já que anseios, necessidades e personalidades de cada geração são bastante distintos.

Por isso, é tão importante saber como gerenciar equipes multigeracionais.

Dicas para gerenciar equipes multigeracionais

Comunicação adaptada a cada geração

Em equipes multigeracionais, adaptar a comunicação é essencial para manter o engajamento e a compreensão mútua. Baby Boomers e geração X, por exemplo, costumam preferir reuniões presenciais e e-mails detalhados, enquanto Millennials e geração Z tendem a valorizar mensagens diretas e informais, muitas vezes por canais digitais rápidos.

Ajustar a forma de se comunicar com cada geração facilita o alinhamento e reduz mal-entendidos, tornando a equipe mais integrada e produtiva.

Estratégias de feedback e reconhecimento

As diferentes gerações no mercado de trabalho têm preferências distintas para feedback e reconhecimento. Então, adaptar essas práticas é fundamental.

Millennials e Geração Z, por exemplo, buscam aprovação frequente e valorizam a recompensa por pequenas conquistas, o que ajuda a motivá-los.

Por outro lado, Baby Boomers e a Geração X preferem devolutivas estruturadas, talvez em avaliações formais de desempenho. Entender essas preferências contribui para um ambiente onde todos se sentem valorizados e estimulados a crescer.

Promover a colaboração intergeracional

A colaboração entre gerações traz o melhor das diversas habilidades e perspectivas da equipe. Ao promover projetos intergeracionais, gestores incentivam o aprendizado mútuo.

Enquanto os mais jovens compartilham sua fluência em tecnologia e inovação, as mais experientes oferecem insights baseados em anos de experiência.

Essas iniciativas ajudam a fortalecer a sinergia do time e aprimoram a solução de problemas, criando um ambiente onde todos se beneficiam da diversidade de ideias.

Minimizar conflitos

Como já vimos, diferentes gerações podem ter valores e expectativas conflitantes, mas é possível minimizar essas divergências com uma abordagem proativa.

Disponibilizar treinamentos sobre diversidade geracional e criar espaços para diálogo aberto e construtivo ajuda a equipe a entender melhor as diferenças. Encorajar empatia e respeito pelas diversas abordagens de trabalho reduz tensões e contribui para um ambiente mais harmonioso, onde cada membro entende e valoriza as perspectivas dos outros.

Capacitação e treinamento para uma cultura multigeracional

Investir em treinamentos focados em integração e desenvolvimento intergeracional favorece a criação de uma cultura inclusiva.

Oferecer mentorias reversas, onde colaboradores mais jovens ensinam tecnologias digitais aos mais velhos, e mentorias tradicionais, onde os mais experientes compartilham suas habilidades, gera troca de conhecimentos valiosa.

Essa capacitação promove a cultura de crescimento contínuo e valorização das habilidades de cada geração, criando um time mais preparada para desafios futuros.

Diversidade geracional como uma vantagem competitiva

As gerações diferentes e sua diversidade podem ser transformadas em vantagem competitiva, pois benefícios significativos para a cultura e resultados da empresa.

Afinal, cada geração traz habilidades, conhecimentos e perspectivas únicas que, quando bem integrados, proporcionam inovação, adaptabilidade e clima mais colaborativo.

A troca de ideias e também de experiências contribui para um ambiente inclusivo, onde cada colaborador se sente valorizado e engajado, o que pode ser fator determinante na redução da rotatividade e melhora da retenção de talentos.

Além disso, equipes multigeracionais atendem melhor a diferentes segmentos de clientes, ampliando a capacidade de resposta e inovação da empresa no longo prazo.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com quem precisa ler essas dicas e até a próxima!